Rio -  Mais de 350 policiais militares ficarão até o fim da semana na Baixada Fluminense, em megaoperação para conter os altos indíces de criminalidade nos municípios.

Após uma varredura em diversas comunidades nesta terça-feira, 13 suspeitos foram presos e 11 menores apreendidos. Duas pistolas, dois revólveres e oito máquinas caça-níqueis foram recuperados. E nas dezenas de blitzes pelas ruas mais movimentadas da região, 94 motos irregulares foram apreendidas.

O principal alvo da operação foi o combate a roubo de veículos. Nos dois primeiros meses deste ano, este roubo alcançou o indíce de 1.392 ocorrências, 28% a mais em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública.
Motos apreendidas na operação: algumas estavam com documentação irregular, outras eram roubadas | Foto: Divulgação
Motos apreendidas na operação: algumas estavam com documentação irregular, outras eram roubadas | Foto: Divulgação
“É uma resposta para o aumento de índices criminais. Além de contê-los, queremos levar a sensação de segurança para os moradores da Baixada”, explicou o comandante do 3º Comando de Policiamento de Área da Baixada, coronel Danilo Nascimento da Silva, que nesta quinta, concentrou as blitzes em vias de Duque de Caxias, onde houve registros de 292 roubos a veículos, somente em fevereiro.

Moradores acreditam que a violência na região deve-se à migração de bandidos de áreas de UPP no Rio. Para Adriano Dias, ex-subsecretário de prevenção da violência em Nova Iguaçu, e presidente da ONG ComCausa, que atua no combate a crimes, a polícia não deve só agir para conter indíces.

“É preciso criar uma ação sistêmica para não deixar a violência se instalar de vez na Baixada. Operações são necessárias mas não pode ser só isso. O foco deve ser em ações de inteligência e não apenas em atitudes para frear indíces de criminalidade”, opinou Dias, que há duas semanas sentiu na pele o aumento da violência na região.

Ele foi testemunha de um roubo a carro de dia, numa das vias mais movimentadas do Centro de Nova Iguaçu, a Rua Coronel Francisco Soare. Os bandidos estavam armados.
“É notório que há migração de criminosos da capital, pois eles agem com mais ousadia”, completou.

Comércio está preocupado

A onda de criminalidade acendeu o alerta no comércio. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Baixada, Cláudio Rosemberg, teme que os centros comerciais virem alvo de bandidos.

“Em Nova Iguaçu, por exemplo, que tem um dos maiores centros comerciais da região, o movimento de consumidores chama atenção de assaltantes para prática de roubos e furtos”, explicou Cláudio.

Para o presidente,o patrulhamento na Baixada deve ser constante. “Não é para ter muitos policiais somente durante as operações. Deve haver um reforço definitivo. Os batalhões da área até se esforçam, mas não dão conta da população”, encerrou.