Rio -  Duas semanas depois de médicos anunciarem que um bebê americano ficou livre do vírus HIV, da Aids, ao receber terapia antirretroviral horas depois do nascimento, cientistas do Instituto Pasteur, em Paris, confirmaram ontem que 14 adultos infectados também tiveram “cura funcional”.
Eles foram tratados dez semanas após a contaminação e hoje, três anos depois, têm quantidades tão pequenas do vírus no sangue que ele se tornou incapaz de produzir sintomas.

DIAGNÓSTICO PRECOCE
O resultado do estudo, publicado na revista ‘PLoS Pathogens’, sugere que tratar pacientes logo depois da contaminação pelo HIV pode ser o suficiente para garantir uma ‘cura funcional’, pelo menos em uma pequena parcela que recebe diagnóstico precoce.
Em média, as drogas antirretrovirais são dadas aos pacientes três anos após a infecção. Segundo Christine Rouzioux, professora do Hospital Necker e da Universidade Paris Descartes, o número de células contaminadas nos 14 pacientes continuou diminuindo mesmo após vários anos de interrupção do uso dos medicamentos. O vírus, transmitido por sangue e fluidos sexuais, ainda é detectável, mas não há necessidade de tratamento para o controle.
Estima-se que haja 34 milhões  de pessoas infectadas com o HIV no mundo, e a maioria precisará pelo resto da vida de medicamentos antirretrovirais, drogas que têm fortes efeitos colaterais e alto custo para para os sistemas de saúde.