Rio -  O presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha, tomou posse na manhã desta sexta-feira para mais cinco anos de mandato à frente da instituição. Depois de assinar o termo de posse, Gadelha discursou por mais de 30 minutos e destacou a expansão da Fiocruz, que vai ampliar sua presença para 11 estados brasileiros nos próximos anos. A ampliação terá início no Ceará, no Piauí, em Rondônia e Mato Grosso do Sul. A fundação está presente no Paraná, no Amazonas, na Bahia, no Distrito Federal, em Pernambuco e em Minas Gerais, além do Rio de Janeiro.
A expansão está mais avançada no Ceará, que receberá em breve um polo de ciência e tecnologia em saúde, em uma parceria entre a fundação e empresas privadas. Em Rondônia e Mato Grosso do Sul, as estruturas estão em fase inicial: "Nossa ideia é que tenhamos consolidado todas as unidades ao longo deste mandato. Com isso, a gente preenche lacunas regionais onde a presença da Fiocruz tem efeito muito significativo”, disse. O presidente explicou que isso ocorre em função da “interação com competências regionais, dando visibilidade ao que é feito nessas regiões e aprendendo muito com elas. Depois, novos temas surgem em função da nova realidade, como a saúde nas fronteiras e a saúde indígena".
O presidente reeleito enfatizou a importância da instituição em programas do SUS, como o Programa Nacional de Imunizações, que tem seis de suas 13 vacinas produzidas pela Fiocruz, e no tratamento da aids, em que sete dos 20 medicamentos que beneficiam mais de 200 mil pessoas também são feitos pela fundação. Paulo Gadelha disse que, nos próximos anos, será preciso se reposicionar para que a instituição dê mais atenção a doenças crônicas: "em 2030, vamos ter população adulta maior do que a de jovens, e as doenças crônicas passam a ser dominantes na demanda de saúde. Temos que nos mover nesse campo para que a Fiocruz atualize seu projeto de acordo com a demanda de saúde no país.
A posse ocorreu em evento organizado na praça ao lado do Castelo Mourisco, símbolo da Fiocruz. Paulo Gadelha, que teve sua nomeação publicada no Diário Oficial da União de 18 de janeiro, recebeu, entre outras autoridades, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o secretário executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Antonio Elias, e o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Hans Dohamnn, que passou em um concurso público para integrar o quadro de servidores da instituição como pesquisador, e está cedido à prefeitura do Rio.
Ao tomar a palavra, o ministro da Saúde deu destaque à importância da Fiocruz nas políticas realizadas nos últimos dez anos de governo federal, em conquistas como a redução da mortalidade infantil pela metade e a ampliação em cinco vezes da oferta de tratamentos oncológicos no Sistema Único de Saúde: "Todos nós da área médica sabemos que a Fiocruz teve papel histórico ao longo do século 20, mas muitos não sabem de sua importância nos últimos dez anos de governo". Alexandre Padilha disse que a Fiocruz é peça fundamental no desafio de melhorar o único sistema público de saúde que atende a mais de 100 milhões de habitantes, por fortalecer a produção nacional de medicamentos, ao lado de outros institutos como o Butantan.