Rio -  O abalo emocional do pai de João Felipe Eiras Santana Bichara, 6 anos, pode estar adiando o desfecho da investigação da morte do menino. Heraldo Bichara deveria ter prestado depoimento na 88ª DP (Barra do Piraí) na quarta-feira, mas seu advogado alegou que ele não tinha condições de falar. A polícia deu prazo até terça-feira para ele comparecer à delegacia. Além dele, serão ouvidos uma camareira e uma vizinha da assassina.
A mãe do garoto, mesmo muito mal, prestou depoimento durante a semana. “Não estou partindo para ou tudo ou nada em cima dele (do pai), até porque tudo que tenho na investigação é muito concreto. Mas algum interesse a Suzana (assassina confessa do crime) tinha para atingir os pais do menino. Se for a mãe, é inveja. No caso do pai, pode ser que ela enxergava no garoto um obstáculo para ter algo com ele”, afirmou o delegado da 88ª DP, José Mário Salomão.
A suspeita é de que a vizinha da manicure Suzana sabia que o garoto havia sido sequestrado. Isso porque o taxista, que levou a assassina do colégio do menino até ohotel onde ele foi executado, contou que, ao saber do rapto, ligou para a mulher e ouviu uma voz feminina falando para a manicure devolver a criança. “Certamente, ela não sabia que o João Felipe foi morto. Deve ter achado que era uma picuinha. Mas é preciso ouvi-la”, afirmou o delegado.
MENINO TENTOU SE DEFENDER
A polícia acredita que o drama do pequeno João Felipe durou cerca de sete minutos. Este teria sido tempo entre o menino receber o primeiro golpe de estrangulamento e seu coração parar de bater. Segundo o delegado da 88ª DP, José Mário Salomão, uma mecha de cabelo do garoto foi encontrada numa toalha do hotel, o que revela que ele tentou se defender da manicure.
“A mecha mostra que ele deve ter revirado o rosto na tentativa de fugir do sufocamento. Mas era um garoto de 6 anos contra uma mulher de 22 anos. Ela usou as mãos para matá-lo. É um crime inaceitável e inadmissível”, afirmou o delegado.