Rio -  Ao perguntar ao coreógrafo Anselmo Zolla a importância de Martha Graham para a dança, ele rapidamente rebate: “Como você definiria Picasso no mundo das artes plásticas?”. Para quem não sabe, a coreógrafa norte-americana revitalizou a dança moderna, difundiu-a pelo mundo e inspirou Zolla e José Possi Neto, que assinam, respectivamente, a coreografia e a direção de ‘Martha Graham Memórias’, com única apresentação no Theatro Municipal, quarta, às 21h.
Cena do espetáculo em referência ao primeiro marido de Martha Graham | Foto: Divulgação
Cena do espetáculo em referência ao primeiro marido de Martha Graham | Foto: Divulgação
“O espetáculo não é autobiográfico, mas fala da carreira e dos homens da vida dela, como o pai, o primeiro marido, um pianista, e o último, que era bem mais jovem que ela”, adianta Anselmo, que optou por não reproduzir as coreografias originais de Graham, mas usá-las como referência para a concepção da dança.
José Possi, grande admirador da bailarina, faz questão de frisar o motivo pelo qual ela foi tão importante. “Martha Graham foi a primeira a criar um método e técnica de dança que alinha o movimento à emoção”, ressalta o diretor, superempolgado com a apresentação no “magnífico cenário do Theatro Municipal”, como ele mesmo define.
No palco, 19 bailarinos das companhias de dança Sociedade Masculina e Studio3 interpretam a trajetória da dançarina e coreógrafa, morta em 1991, aos 96 anos, após dedicar mais de 70 anos de sua vida à dança. Ela fundou a Martha Graham Dance Company, uma das mais conceituadas e antigas dos EUA, e treinou gerações de bailarinos. “Foi uma revolucionária’, define Zolla.