Rio -  Doença infecciosa que mais mata no mundo, a tuberculose é uma preocupação especialmente nos países emergentes, pois está diretamente ligada à má distribuição de renda e ao crescimento urbano acelerado. E o desafio agora é ainda maior: o germe causador do mal tem se mostrado resistente aos medicamentos mais usados.
Por isso, no início deste mês, os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) decidiram unir forças contra a doença. Outro passo importante será dado hoje no Rio, onde pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz, discutem um novo método para diagnosticar a tuberculose resistente.
Fátima Fandinho, pesquisadora da Ensp, afirma que as principais causas da forma resistente são o abandono do tratamento e o uso incorreto dos remédios. “Quando a Mycobacterium tuberculosis é exposta ao medicamento, mas não é devidamente eliminada, se desenvolve numa versão mais forte”.
O mais preocupante, segundo a bióloga, é que os portadores da bactéria disseminam a doença resistente.
Para combater o problema, a Ensp discute o uso do método diagnóstico GeneXpert, que, a partir de uma amostra de escarro, mapeia o DNA da bactéria, apontando a existência ou não de uma forma resistente. O exame custa cerca de R$ 300 por paciente e será oferecido em caso de suspeita de haver tuberculose resistente.
No mundo, cerca de 60% dos 310 mil casos de tuberculose resistente registrados em 2011 ocorreram na China, Índia e Rússia, segundo a Organização Mundial de Saúde. O Brasil, segundo os números oficiais, tem conseguido reduzir os casos da doença.