Tragédia em Santa Maria esvazia casas noturnas em São Paulo
Foto: Vinícius Ferreira / iG
Piada
Pouco mais à frente das meninas, um grupo de três rapazes esperava o melhor momento para entrar na casa. A primeira reação deles foi procurar a saída de emergência. “Mas não é preocupação, é precaução”, explicou Emerson Fernando. O bancário também contou que, ainda na fila, o acidente ocorrido na Kiss era o assunto. “A história já virou até piada aqui. O cara tava fumando e a menina falou: ‘não vai fumar dentro da casa, que vai pegar fogo’”.
Preocupações e esquecimento
Além de apoiar o colega e defender uma maior fiscalização, Renato contou que sentiu medo ao saber das mortes. Por um motivo em especial: “Gosto de ficar na beira do palco pra curtir o som. Se eu estivesse naquela balada, eu não conseguiria sair. Isso acaba mexendo com você”.
Sputnik
Mesmo com alvará em dia e atendendo todos os requesitos de segurança, a casa Wood’s decidiu fazer uma mudança na programação após o incêndio da Kiss: retirar o Sputnik (sinalizador decorativo apelidado de “foguinho”) das garrafas de champanhe adquiridas pelos frequentadores. O artifício é usado para celebrar a compra entre amigos. A casa optou por substituí-los por colares luminosos. Segundo a boate, a medida não foi tomada para evitar um perigo, já que o teto do local não é feito de material inflamável, mas para não causar pânico entre os jovens.
Vendas
Se o incêndio trouxe reflexos para as casas noturnas, o mesmo também aconteceu para o vendedor de balas e chicletes Francisco Ramos, 55, que trabalha há cinco anos com esse mercado e garante que costuma vender, por noite, ao menos, três caixas de goma de mascar. Nessa quarta-feira, 1h30 após iniciar o expediente não havia vendido nenhuma. Mas a noite dele não estava perdida, já que após dar conselhos para os filhos em casa, também conversou com os frequentadores da balada. “Já falei pra eles ficarem espertos, chegarem à casa noturna e olharem para ver se tem porta de emergência. Já dei conselhos para as meninas, todo mundo, pra ver se tem extintor”, afirmou o ambulante.
As informações são dos repórteres Marília Neves e Vinicius Ferreira, do iG
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