Rio -  Na ausência de uma arma de fogo, dentes. Muitos dentes. Foi com mordidas que o assaltante Eliandro Joaquim, de 18 anos, atacou o taxista Alex Gabriel, de 39, neste domingo, por volta das 22h, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Alex reagiu após perceber que o bandido não estava armado.
“Primeiro ele pegou meu celular e colocou na mochila. Depois, pegou meu GPS. Aproveitei o momento para meter a mão na mochila dele. Quando vi que não havia arma, dei um soco nele”, lembrou Alex, que recebeu duas mordidas do bandido. “A arma dele era o dente. Quando eu puxei o freio de mão, ele tentou fugir e eu o puxei pela mochila. Aí, ele começou a me morder, contou.
Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Taxista mostra ferimentos provocados por mordidas | Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
O taxista atendeu ao sinal de um casal, nas proximidades da Favela Parque União, no Complexo da Maré. No entanto, apenas o homem entrou no carro. A mulher voltou para a comunidade. Ele sentou no banco carona e pediu ao taxista para seguir até o Jardim Guanabara. Na Estrada do Galeão, anunciou o assalto.
Após cinco minutos de luta corporal, o taxista conseguiu imobilizar o bandido. A ação chamou a atenção de policiais que patrulhavam a região. Devido às mordidas, o taxista precisou ser medicado no Hospital Municipal Evandro Freire, na Ilha. Ele teve que tomar antibióticos.
“Não recomendo uma atitude como essa a ninguém. É muito arriscado. Mas é aquilo: cada ação, uma reação”, disse a vítima, que trabalha há cinco anos como taxista.“Trabalhamos com medo. Mas quem trabalha na rua não pode escolher o passageiro de terno e gravata. Temos que pegar todo mundo, não tem jeito”, diz.
O caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso). Eliandro foi autuado por tentativa de assalto.