Rio -  A Subprefeitura da Zona Sul demoliu construções irregulares na Favela da Rocinha, sob a Estrada da Gávea, na localidade conhecida como Beco do 99, na Zona Sul do Rio, na manhã desta quarta-feira. Em condições insalubres de moradia, nove homens e uma mulher foram retirados do local.
Eles receberam opção de seguir para um abrigo da Prefeitura do Rio em Paciência, na Zona Oeste. Insatisfeitos, todos disseram que iriam para a casa de parentes ou amigosna própria comunidade.
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
De acordo com Bruno Ramos, subprefeito da Zona Sul, na semana passada as secretarias de Saúde e Assistência Social estiveram no local e constataram as construções precárias, feitas em sua maioria de madeira e alvenaria e as condições insalubres em que viviam as 12 pessoas.
Ele afirma que todos fora avisados que seriam removidos. Entre uma grande quantidade de gatos e cães, os moradores cozinhavam e tomavam banho rodeados de lixo, entulho e esgoto. Alterado, um deles chegou a empunhar uma faca. O objeto foi recolhido por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, que deram apoia a ação. Os animais foram recolhidos.
Indignado, o pedreiro Rildo Alvares Moreira, de 37 anos, morador há seis anos do local, considerou que a ação foi feita erradamente, sem aviso prévio aos ocupantes dos barracos. "Estiveram aqui e disseram que sairíamos, mas pagariam o Aluguel Social e não é isso que está acontecendo. Sou da Rocinha e vou ficar aqui. Montarei um acampamento na rua" decretou Rildo, mineiro de Ponte Nova e há 10 anos morando na comunidade.
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
O pedreiro se negou a ir para o abrigo de Paciência, alegando haver uma comunidade dominada por uma facção criminosa rival a que comandava o tráfico de drogas na Rocinha. "Não sou bandido, mas corremos risco de vida se souberem que tem gente da Rocinha lá", justificou.
O ajudante de pedreiro José Francisco Felipe, de 43 anos, foi outro que disse que procuraria abrigo na rua. "Minha mãe morreu e moro sozinho. Estou na Rocinha há 15 anos e aqui neste local há 12. Vou sentir saudade. Acho bom aqui. Não quero ir para o abrigo. Vou acampar no meio da rua mesmo. Sou cigano", disse.
Ainda segundo Bruno Ramos, a remoção das construções tem por objetivo evitar o surgimento de uma nova comunidade. Tijolos foram encontrados no terreno. os agentes acreditam que o material seria usado para melhorar as construções. O local foi limpo. Grades serão colocadas e haverá fiscalização semanal para evitar invasões.
"Todas essas pessoas foram identificadas. O objetivo é tirá-las dessa situação de vulnerabilidade social, encaminhar para terem acesso aos serviços sociais, inserindo em programas sociais para reinserção na sociedade. Ou, até mesmo, encaminhar para seus estados de origem, caso queiram.
A ação foi coordenada pela Subprefeitura da Zona Sul, Comlurb, Rioluz, Guarda Municipal, secretarias de Consevação, Controle Urbano, Assistência Social, Saúde e Zoonoses.