Rio -  São muitas as reclamações dos docentes em relação ao processo ensino-aprendizagem. Crianças e jovens estão cada vez mais agitados, dispersos e desestimulados. Em contrapartida, os pais delegam à escola responsabilidades que antes eram suas, como a de desenvolver princípios éticos e valores. O fato é que o mundo avança avassaladoramente, e muitas escolas permanecem desenvolvendo técnicas e estratégias do século passado.
Vivemos na era dos games e da internet, das mensagens coloridas e rápidas, dos textos curtos e movimentados em flash, da interatividade e da globalização. As crianças já nascem ‘plugadas’, conectadas, navegantes, com múltiplos olhares e sentidos aguçadíssimos. Chegam à escola ávidas por novidades, por interação, desejam explorar tudo e todos.
São muitas as dúvidas dos docentes em relação ao comportamento desta geração que não aceita o autoritarismo, a decoreba, a leitura sem significado. Tudo isso gera ansiedade de ambas as partes e traduz a urgência de mudança de postura.
Temos que enfatizar a curiosidade, a criatividade, a inovação, a pesquisa e a imaginação. Incentivar a autonomia individual e a solidariedade, prevenir insucessos e lutar contra as desigualdades, favorecer o ensino experimental e o espírito científico, abrir novos horizontes, aliando a compreensão das origens e raízes à identidade da inovação científica e tecnológica.
A Pedagogia de Projetos visa a transformar a escola em espaço vivo de interações, aberto ao real e às suas múltiplas dimensões. Precisamos ir contra a simples transmissão de conhecimentos prontos e acabados, apresentando novas estratégias, sugestões de atividades originais, reflexões pertinentes, soluções criativas e práticas bem-sucedidas, tornando-se apoio constante aos docentes em serviço.
Paty Fonte é educadora especialista em Pedagogia de Projetos e escritora