Rio -  O presidente da Câmara Municipal, vereador Jorge Felippe (PMDB), tem reunião no início da tarde de amanhã para apresentar aos 51 vereadores laudo da empresa Estilo Nacional — Arquitetura, Cultura e Preservação, de Belo Horizonte (MG). O conselho dos especialistas contratados é um só: o melhor para todos é desocupar o Palácio Pedro Ernesto e construir um prédio novo.
A informação é de Eduardo Alvim, um dos sócios da Estilo Nacional, que deu ao DIA detalhes do laudo ontem.
“A decisão é deles, mas nosso estudo indica para sair e ocupar uma nova sede, em local mais apropriado. No Palácio Pedro Ernesto não cabe mais. O prédio já chegou no seu limite”, diz o empresário, lembrando que, na década de 70 o Rio tinha cerca de 20 vereadores e agora tem 51. Inaugurado em 1923, o Palácio Pedro Ernesto é também frequentado por pelo menos 2,1 mil pessoas, entre servidores e ocupantes de cargoscomissionados. São frequentes as queixas de falta de condições de trabalho.
Eduardo estima o valor da construção de um novo prédio para os vereadores entre R$ 80 milhões e R$ 130 milhões, “um investimento que se paga em cinco legislaturas”. Segundo ele, o custo para uma reforma geral é “algo próximo”, mas iria “prejudicar demais um prédio que é tombado”.
PICCIANI ‘ALERTA’ DILMA
O presidente regional do PMDB , Jorge Picciani, subiu o tom em nota divulgada ontem. O recado é claro: o PMDB do Rio “não abrirá mão da eleição de Luiz Fernando Pezão em 2014”.
Mas, depois de afirmar que é “fundamental para o Brasil e muito importante para o Rio a reeleição da presidenta Dilma Rousseff”, a nota diz nas entrelinhas: “O cenário de palanque duplo para a presidenta Dilma no Rio não se sustenta.” O “palanque duplo” é uma referência à pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jorge Picciani, em entrevista, explicou: “É um alerta para o PMDB nacional e para a direção nacional do PT.” Em miúdos: se ninguém se mexer para tirar Lindbergh de cena, Dilma poderá não ter o apoio que espera do PMDB no Rio.
A nota lembra: “Em 2010, no primeiro turno, o povo do Rio deu 67% dos votos ao governador Sérgio Cabral. No segundo turno, 70% dos votos foram da presidenta Dilma.” E Jorge Picciani aconselhou: “Cada um que arque com as consequências de suas atitudes.”
Lindbergh preferiu lembrar que sua pré-candidatura foi aprovada por unanimidade pela executiva regional do PT. Mas provocou: “Está pegando mal. Chega desse negócio deganhar eleição por W.O.. Tem que deixar o povo decidir.”