Karla Rondon Prado: Lar, doce lar
Não tem jeito: só vejo bom-mocismo quando na TV uma família humilde consegue transformar um casebre em casa bonita, com colchões novos e espaço organizado para que todos possam viver bem. Choro junto com os moradores, como fazia na ‘Porta da Esperança’ do Silvio Santos, nos anos 80. É você ver que é tão simples ter paz e fazer alguém feliz. E perceber que todos deveriam ter este direito.
No ‘Casa Brasileira’, do canal GNT, as cenas são pura poesia. Assistindo ao episódio de férias dedicado à arquitetura da família Bernardes — Sergio, o filho Claudio e o neto Thiago — não há como não se encantar. É muito bom ver que tem gente com muito dinheiro que sabe gastá-lo de maneira pessoal e bela, valorizando a simplicidade. Projetos que tiram o melhor da natureza, que valorizam os pés-direitos altos, o rústico e ao mesmo tempo — e por isso — são extremamente sofisticados. Que sonho meu que todos valorizassem a simplicidade.
Com dinheiro é fácil? Nem sempre. É preciso ter sensibilidade. É você se mudar e, ao invés do porcelanato branco mais caro, escolher o ladrilho hidráulico ou o taco original do apartamento antigo. Dar seu toque, impor suas cores, fazer sua própria moda, com objetos comprados lentamente e com carinho. É como se cuidasse de um filho e transformasse o seu canto numa mantinha que o envolve, para ter vontade de ficar. Passar mais tempo em casa é se autoconhecer e aprontar cada vez mais o seu ninho. E isso é daquelas coisas que nem Mastercard compra...
E-mail: karlaprado@odianet.com.br
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