Justiça investiga espiões e prisões de bombeiros
Comando invadiu grupo fechado no Facebook e acessou e-mails particulares de praças
POR FELIPE FREIRE
Após habeas corpus concedidos pela Auditoria Militar, que entendeu que a punição “se valeu de provas obtidas por meios ilícitos”, a Justiça quer agora explicações sobre a “espionagem”.
Assembleia em 2012: risco de novo embate entre soldados e comando | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Na decisão, a juíza Ana Paula Monte Pena Bastos cobra esclarecimentos das provas apresentadas na corregedoria, que alegou que “os mesmos (militares) postaram comentários inadequados em rede social”.
“Deverá explicitar, especificamente, o modo como foram acessados o grupo fechado e a conta de email”, diz a juíza. Para bombeiros, as recentes arbitrariedades colocam a tropa em iminente rota de colisão com o comando.
“Desde o movimento grevista eles vêm fazendo represálias a qualquer reivindicação. Se você abre a boca, é punido”, denuncia um soldado.
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que os militares foram punidos por “proferir ofensas contra o comandante de suas unidades” e “incitar quebra na cadeia de comando e desrespeito do comando de suas unidades”. A corporação negou que bombeiros estejam sem férias e disse ainda que esclarecimentos sobre as provas serão feitos apenas à Auditoria Militar.
Tentativa de audiência com Dilma
Na internet, o ex-cabo Benevenuto Daciolo, expulso da corporação, junto com outros 13 bombeiros, por participação no movimento de 2011, dá o tom da nova mobilização e reivindica audiência com a presidente Dilma Roussef para o próximo dia 12 de março.
No vídeo, postado há poucos dias, Daciolo denuncia “perseguição e ditadura” dentro dos quartéis e falta de gratificações, e cobra também a reintegração dos expulsos. “Nós saímos do Estado, estão nos perseguindo, querem nos prender”, diz Daciolo, que foi denunciado por formação de quadrilha após a greve.
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