Rio -  Depois da prisão na terça-feira da médica Virgínia Helena Soares Souza, que está sendo chamada de ‘Dra. Morte’, sob suspeita de antecipar óbitos de pacientes, funcionários da UTI que ela chefiava no Hospital Evangélico, em Curitiba, têm tomado coragem de relatar o que sabem.
Virgínia, que está sendo chamada de ‘Dra. Morte’, foi presa na terça-feira | Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo
Virgínia, que está sendo chamada de ‘Dra. Morte’, foi presa na terça-feira | Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo
Nesta sexta-feira, reportagem do site Terra divulgou entrevista com umatécnica em enfermagem que afirmou ter visto a médica agir e que em 2006 Virgínia teria levado à morte o próprio marido, o ex-chefe da UTI Nelson Mozachi, paciente terminal de câncer, que ela substituiu no cargo.
“É quase que domínio público dentro do hospital que o marido dela, com câncer terminal, teve a morte antecipada por esses mesmos procedimentos. Ela reduzia os parâmetros do respirador, que tinham que ficar entre 40% a 60%, para 21%, que era o mínimo. Ela também baixava o ‘peep’ (ventilação assistida) para zero, baixava a frequência respiratória e aplicava sedativos fortes”, contou.
Mas a técnica de enfermagem fez questão de dizer que, ao contrário do que “estão falando”, a médica não antecipava os óbitos apenas de pacientes atendidos pelo SistemaÚnico de Saúde (SUS), mas de qualquer pessoa que ela achava não ter mais chances de sobreviver.
Virgínia divulgou nesta sexta, por seu advogado, Elias Mattar Assad, uma carta chamando a investigação de “o maior erro investigativo e midiático da nossa história”.