Dramas e lágrimas no caminho da Transcarioca
Avanço das obras do corredor expresso de ônibus articulados (BRT) causa sofrimento no Largo do Tanque, onde moradores reclamam de propostas feitas pela prefeitura
POR VANIA CUNHA
Dona de casa Rosilene Gonçalves diz que não sabe como vai viver com o filho Juan, autista: prefeitura diz que ela aceitou ir a Colônia Juliano Moreira | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
A Secretaria Municipal de Habitação informou que 47 famílias aceitaram receber a indenização e outras 15 ainda estão discutindo a proposta. Outra opção oferecida aos moradores foi uma casa nos programas ‘Minha Casa, Minha Vida’ e ‘Morar Carioca’.
As lágrimas da dona de casa Rosilene Gonçalves, 38, são pela incerteza quanto ao futuro do filho Juan, que necessita de cuidados especiais. A casa onde eles vivem há anos está na lista das que serão demolidas. Só de ver imóveis dos vizinhos sendo derrubados o rapaz teve crise emocional. “Meu filho é autista. Não sei o que fazer nem para onde ir. É uma situação desesperadora”.
Imóvel por R$ 28 mil
A Secretaria de Habitação informou que o caso de Rosilene está entre os quatro que aceitaram imóveis oferecidos pela prefeitura: eles irão para a Colônia Juliano Moreira. Outras três famílias serão removidas para Triagem. Até lá, receberão o aluguel social.
O pedreiro Raimundo Nonato Pereira do Vale, 46, ainda não decidiu o que fazer. A casa de dois quartos onde vive com a mulher e dois filhos foi avaliada em R$ 28 mil. “O valor não dá nem para comprar uma quitinete. O que vou fazer com duas crianças pequenas? E não nos deram tempo nem para arrumar outro lugar”.
A manicure Elma Aparecida Guedes de Aguiar, 42, também é uma das que não aceitaram as propostas da prefeitura. “Moro aqui há 18 anos. Os locais onde eles ofereceram casa é longe, vou ter que tirar minha filha da escola onde é uma das melhores alunas”.
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