Destaque do filme ‘Colegas’, Breno Viola é bom de cantada e um partidão

POR GABRIELA GERMANO

Rio -  “Se é para posar de malandro carioca, tenho que ter uma mulher para fazer a foto. Ou posso seduzir você”, dispara Breno Viola para a repórter envergonhada, sem perder tempo. Menos de dois minutos depois, a espanhola Saray Chu, que passava pelo calçadão, estava ali, toda disponível para ele.

É sempre assim. Tudo o que esse rapaz quer, ele consegue. Tornou-se campeãomundial de judô, viajou para vários países do mundo, vai representar o Brasil na ONU... O grande sonho de sua vida era ser ator. E não é que agora, aos 32 anos, ele virou astro de cinema? Breno é um dos protagonistas de ‘Colegas’, longa de Marcelo Galvão que estreia amanhã nas salas de todo o País.

Breno posa com a espanhola Saray Chu | Foto: João Laet / Agência O Dia

Representante do Rio no elenco, ao lado dos paulistas Ariel Goldenberg e Rita Pokk, o cara seduziu não só a equipe nos sets de filmagem como faz estremecer o coração da mulherada com toda sua lábia. O segredo para o sucesso? “Ter autoestima boa. Se você não acreditar em você, como é que os outros vão acreditar? Aprendi isso com a minhafamília e com os meus amigos”, ensina.

Para que ninguém acuse a jornalista de ter omitido uma informação importante sobre o entrevistado vale o registro: Breno tem síndrome de Down. Dado que pode fazer toda diferença nesse perfil. Ou nenhuma... Depende da maneira como você vê.

Mamãe passou açúcar nele

Faixa preta em judô, com campeonato mundial e olimpíada no currículo. Exímio dançarino e amante das viagens: já conheceu Grécia, Rússia, Itália e Inglaterra. Para somar, ainda virou ator famoso. É, marmanjos, Breno Viola coloca muitos de vocês no chinelo. Um partidão, ele tem derretido o coração das mulheres e, com a repercussão do filme ‘Colegas’, protagonizado por portadores de síndrome de Down, o assédio só aumentou. “Antigas namoradas estão com ciúme. Agora, estou conhecendo melhor a Samantha, mas ainda é recente. Trato as meninas como elas merecem: com carinho e atenção. Se estou apaixonado, dou flores e bombons. Por isso, nunca levei um fora”, gaba-se.

Jovem arranca suspiros por onde passa | Foto: João Laet / Agência O Dia

Se na história de ficção premiada — o longa faturou o Kikito no último festival de Gramado — seu personagem Márcio é fissurado em gordinhas, na vida real Breno tem outras preferências. “Já tive uma experiência com uma mulher gorda e não foi bom. Prefiro nem comentar. Não faço diferença de cor. Pode ser branca, negra, ruiva. O que vier eu traço. Mas prefiro as magras”, dá o recado.

Com o diretor do filme Marcelo Galvão ele também foi direto: “Vou sair no zero a zero? Não sobrou ao menos uma cena de beijo para mim?”. E uma sequência foi especialmente criada para atender seu desejo. Ele tascou um beijinho na atriz Simone Surdi. “Também beijei a atriz Nanda Costa no ‘Altas Horas’, você viu? Era para ser só um estalinho, mas na hora eu coloquei a língua. Ela beija muito bem”, derrete-se o galã.

Como atleta do Flamengo com direito a lugar cativo na calçada da fama do clube, coleciona medalhas como judoca e já conheceu vários países competindo. De quebra, conheceu as mulheres também. “Mas as mais bonitas são as brasileiras. Especialmente as que eu conheço nos bailes funk que frequento. Adoro funk porque os movimentos já ajudam a me aproximar delas”, dá a dica.
Coordenador de conteúdo adaptado do portal ‘Movimento Down’, em março Breno representará o Brasil em encontro realizado pela ONU.

Esse é um típico caso em que qualquer semelhança entre realidade e ficção não é mera coincidência. No filme, Márcio sonha voar. Na vida, Breno voa. E cada vez mais alto. “Meu maior sonho era trabalhar como ator. Concorri com mais de 300 meninos no teste e consegui. Então tenho um novo sonho: lotar as salas de cinema e ver esse filme se tornar um fenômeno, com ingressos esgotados nas sessões. Porque essa história mostra que não devemos ser tratados como mongoloides ou coitadinhos. A gente é igual a todo mundo”.

“A maioria não fracassa, a maioria desiste”, diz uma passagem da produção. Breno persiste. Vai lá e faz. E dá um empurrão para todo mundo não desistir e voar também.