Rio -  A farra dos mascarados no Carnaval pode estar com os dias contados, se for aprovada a proposta de lei nº1946/2013, de autoria do deputado Dionísio Lins (PP).
O texto proibiria o uso de máscaras que impeçam a identificação de seus usuários emeventos de grande concentração de público. Este é o caso de fantasias que encobrem a face, como a popular bate-bola, também conhecida como Clóvis.
Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
No barracão da campeã Unidos de Vila Isabel, artesão fazem últimos reparos nos carros | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Segundo Lins, o acessório faz com que pessoas cometam crimes sem medo de serem identificadas. A ideia ganhou força devido às recentes mortes por brigas entre grupos rivais de bate-bolas no estado. Na segunda-feira de Carnaval, um jovem de 19 anos foi morto com um tiro em uma briga no bairro de Bento Ribeiro, Zona Norte.
“Eles se reúnem, não para curtir o Carnaval, mas para brigar, portando aquele pedaço de pau que machuca e até armas e drogas, que são disfarçadas pela fantasia”, alega o parlamentar, que especula que o projeto seja votado no plenário da AssembleiaLegislativa (Alerj), em no máximo 15 dias.
O tenente-coronel André Silva, do 41º BPM (Irajá), diz que já tem a prática de mandar retirar a máscara dos bate-bolas quando sua equipe de inteligência detecta as brigas marcadas pelos grupos.
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Na Beija-Flor, soldagem em alegoria para reforçar apresentação das campeãs hoje na Sapucaí, a partir das 21h | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
“Com a lei, ficará mais fácil as pessoas cumprirem a ordem dos policiais sem resistência. Quando mandamos, quem está de má-fé vai embora, mas quem só quer pular Carnaval fica no ambiente sem a máscara, apenas com o resto da fantasia”, conta.
A presidente da Associação de Blocos Sebastiana, Rita Fernandes, considerou “ridícula” a iniciativa. Para ela, uma máscara não garante aos criminosos a segurança do ato: “Quem quer praticar crimes faz com ou sem o acessório”.

Acordo com TV Globo fora do Diário Oficial

O contrato entre a Prefeitura do Rio e a TV Globo para a transmissão do desfile da Série A, que custou R$ 5 milhões aos cofres do município, não foi publicado no Diário Oficial. A prefeitura explicou que o dinheiro pertencia à verba de comunicação e publicidade institucional.
O repasse foi revelado na edição de ontem do Informe do DIA. De acordo com a TV Globo, a prefeitura comprou uma cota de merchandising para os desfiles do Grupo de Acesso (Série A) e Grupo Especial.“Transmissão não é contrapartida para merchandising”, diz um trecho da nota da emissora de comunicação.
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Penúltimo carro da Beija-Flor, que quebrou no desfile, recebe retoques | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Mas, a compra de cota de merchandising estava vinculada à exibição das escolas do Grupo de Acesso segundo o prefeito Eduardo Paes. “Isso mesmo. E valeu muito ter feito”, disse ele ao Informe, quarta-feira.
O vereador Cesar Maia (DEM), antecessor de Paes, criticou o pagamento. “A prefeitura tem um justo subsídio as Escolas de Samba do Grupo A. Não sei de quanto foi este ano. Melhor uso seria agregar a este subsídio estes R$ 5 milhões desperdiçados, pois os patrocinadores privados têm suas marcas amplamente difundidas no Carnaval, nas ruas, na televisão. Antes, esse desfile (Grupo de Acesso) era transmitido pela TV e nunca se pagou nada”, afirmou.
A audiência foi mais alta com a transmissão do desfile da Série A do que com a exibição do desfile em São Paulo.