Rio -  O Brasil fechou 2012 com a menor taxa de desemprego da série histórica, iniciada em março de 2002, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em um ano de fraco desempenho da economia, que cresceu apenas 1%, o país conseguiu chegar a uma taxa média de 5,5%. No mês de dezembro, o percentual caiu para 4,6%, ante 4,9% de novembro do ano passado.
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
O principal responsável pelo baixo nível de desemprego foi o setor de serviços. Outra contribuição veio pela retenção de mão de obra, principalmente pela indústria. A política do governo de isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), em 2012, para alguns setores previa a manutenção do emprego.
Para Fabio Giambiagi, mestre em Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a leitura sobre os dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada ontem pelo IBGE, pode até ser otimista, mas o reverso da moeda mostra a face de um péssimo comportamento da produtividade. Ele explica que, para a indústria, o custo de demissões é grande, sendo melhor manter a mão de obra represada nas empresas do que ir em busca da força de trabalho, quando a demanda voltar a se aquecer.
“Isso indica uma certa anomalia. Hoje, a indústria deve estar aguardando a demanda aumentar e segura o empregado. Isso é uma acomodação. Em 2009, tivemos algo parecido. O comportamento ruim da produção é razoável para o mercado de trabalho. Foi um ano de fraca produtividade. Mas em 2010, o que se viu foi um crescimento forte, mas com as pessoas já empregadas. Isso pode vir a se repetir em relação a 2012 e 2013, sendo que não será um crescimento exuberante, como o de 2010”, detalha.
O percentual de trabalhadores com carteira assinada passou de 48,5% em dezembro de 2011 para 49,2% em dezembro de 2012 (11,3 milhões).
Empresas seguram trabalhadores
Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, Rodrigo Leandro de Moura diz que os empregadores estão atentos às contínuas quedas no desemprego. “Com o desemprego baixo, se houver demissões, haverá poucos profissionais disponíveis no mercado”. explica.
Auxiliar de serviços gerais, Fernando Cunha Magalhães, 32, conseguiu emprego essa semana. “Fiz uma entrevista de emprego na semana passada e logo depois me ligaram para voltar. Assinei o contrato ontem e começo na segunda”, comemorou o mais novo empregado.
Rescisão tem novo contrato
A partir de hoje as empresas devem usar o Novo Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho — TRCT, facilitando as informações ao trabalhador na hora de requerer o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o seguro-desemprego, junto à Caixa Econômica Federal.
Advogada da IOB Folhamatic, Ydileuse Martins explica que o novo termo permite que o trabalhador identifique, de forma mais clara, todas as verbas rescisórias a que tem direito, como aviso prévio, 13º salário e férias proporcionais. “Por meio deste documento é possível identificar, com menos esforço, se esses valores estão ou não corretos”, informa a especialista.
Reportagem de Érica Ribeiro e Gabriela Murno