Rio -  No ano em que completa 95 anos, o mais antigo bloco de rua do Rio, o Cordão da Bola Preta, quer se firmar como o maior do mundo. Os organizadores esperam para o desfile deste sábado 2,5 milhões de foliões, 300 mil a mais que no ano passado, quando bateu seu recorde de público desde a fundação, em 1928.
E a corrida pelo título mundial, que o Bola disputa com o Galo da Madrugada, do Recife, começa às 9h na esquina das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas. O bloco pernambucano, que entrou para o "Guinness" em 1995, registrou 2 milhões de foliões ano passado, 200 mil a menos do que a estimativa de público do Bola Preta, segundo a diretoria do bloco carioca. A façanha, no entanto, não foi registrada no "Guinness", e o Galo se mantém no topo.
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
"Tradição, Paz, Amor e Folia...95 Carnavais" é o tema do Bola Preta este ano. A atriz Leandra Leal, porta-estandarte, e a cantora Maria Rita, madrinha, vão à frente do bloco arrastando os foliões. Cinco carros de som estarão espalhados pela Rio Branco para que ninguém fique parado. O desfile termina às 12h na Cinelândia.
Logo depois, a folia continua na sede do Bola, na esquina das ruas da Relação e Lavradio, na Lapa, com a tradicional macarronada e, à noite, ainda há bailes programados, tudo animado pela banda do Bola. Para garantir que os mais de 2 milhões possam acompanhar o Bola, as ruas no entorno da Avenida Rio Branco estarão fechadas.
Nesta sexta-feira, dezenas de blocos arrastaram multidões às ruas do Rio. Destaque para os tradicionais Bloco das Carmelitas, em Santa Teresa, e Embaixadores da Folia, no Centro.
Carmelitas pede volta dos bondinhos
Com protesto à interrupção da circulação dos bondes, o Bloco Carmelitas arrastou uma multidão ontem pelas ruas de Santa Teresa, na região central do Rio. Milhares de foliões lotaram as famosas ladeiras do bairro e dançaram ao som do enredo ‘Unido e Empolgado’.
No hino do agremiação neste ano, pedido era pelo retorno dos bondinhos — “Dizendo o que é preciso para fazer o nosso bondinho voltar” — que não circulam desde 2011.
Nas ruas, a canção agradou.
As famosas freiras marcaram presença. Mas os homens não deixaram por menos. Fantasiados com o tema do bloco, João Lucas Calçado, 20, e João Karam, 21, eram a figura da irreverência do Carnaval de Rua do Rio. “Carmelitas sem freira não é Carmelitas. A diferença é que pecados ocorrem no percurso”, disse o estudante João Lucas.
Durante a festa, agentes da Secretaria Municipal da Ordem Pública (Seop)encaminharam para a delegacia 51 mijões.
Foto: Arte: O Dia
Arte: O Dia
Homenagem a Jorge Selarón
Entre confetes e serpentinas, outros 30 blocos animaram as ruas do Rio ontem. Além do Carmelitas, oito grupos passaram pelo Centro e seis desfilaram e contagiaram foliões por pontos da Zona Sul.
Para quem deixava o trabalho, as marchinhas e os sambas serviram como boas-vindas ao Carnaval. Destaque para o Embaixadores da Folia, que, junto do Vestiu Uma Camisa Listrada e Saiu Por Aí, atraiu milhares de pessoas na Avenida Rio Branco.
E a festa, como sempre, varou a noite. Na Zona Sul, a Banda do Lido percorreu ruas em Copacabana e, na Lapa, o Boêmios da Lapa não deixou ninguém parado.
O grupo fez uma homenagem ao artista plástico Jorge Selarón, que foi encontrado morto na escadaria que criou, símbolo do bairro, em janeiro.