Itália -  O papa Bento XVI, que nesta quinta-feira diz adeus ao papado, em seus quase oito anos de pontificado publicou três encíclicas (cartas públicas abordando algum tema da doutrina católica): "Deus Caritas Est" (2006); "Spe Salvi" (2007) e "Caritas in Veritate" (2009) e deixa pendente uma quarta sobre a Fé, na qual está trabalhando. Além disso, realizou três assembleias gerais de bispos (2005, 2008 e 2012) e cinco consistórios, um deles específico sobre os casos de sacerdotes pedófilos.
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Bento XVI | Foto: EFE
Bento XVI aprovou o documento que exclui os homossexuais do sacerdócio (2005); apresentou o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (2005); suprimiu a eleição de papa por maioria simples (2007) e facilitou a realização da missa em latim, segundo o rito tridentino (2007). Do "Missale Romanum", modificou a prece pelos judeus; em 2009 revogou a excomunhão dos bispos ordenados por Lefebvre e neste ano abriu as portas da Igreja Católica aos tradicionalistas anglicanos.
O pontífice viajou por 20 países, entre eles o Brasil, que visitou em 2007 por ocasião da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (Celam); a Espanha, que visitou três vezes (2006, 2010 e 2011); a Alemanha, seu país natal, que visitou em duas ocasiões (2005 e 2006); o Reino Unido, país ao que chegou na primeira visita de Estado de um pontífice desde 1534; os Estados Unidos e a Austrália, onde em 2008 se reuniu com vítimas de abusos sexuais por sacerdotes pedófilos.
Em 2009 viajou à Terra Santa e pela primeira vez à África, onde realizou polêmicas declarações contra o uso do preservativo para lutar contra a aids. Contrário aos modelos alternativos à família tradicional, Bento XVI enfrentou em 2010, seu quinto ano de pontificado, como o mais difícil e complicado pelos casos de sacerdotes pedófilos que provocou uma das crises mais graves na história recente da Igreja Católica.

Veja como foi o último dia de Bento XVI como papa

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Bento XVI acena para a multidão na Praça da Liberdade, em Castel Gandolfo, na Itália
Por essa razão, o papa ordenou investigar e depurar a congregação os Legionários de Cristo, fundada por Marcial Maciel, quem já tinha sido castigado em 2006 por "comportamentos gravíssimos e objetivamente imorais". Esse ano anunciou a criação de um novo Conselho Pontifício para evangelizar Ocidente, os países de tradição católica. Da mesma forma que seu antecessor, foi nestes anos de Pontificado várias vezes "primeiro".
Bento XVI foi o primeiro papa que em 2010 promulgou um documento para lutar contra a lavagem de dinheiro nas instituições financeiras vaticanas. Também foi o primeiro que respondeu a perguntas em um programa da televisão italiana "RAI", em 2011, o primeiro que esse ano conectou, via satélite desde o Vaticano, com os tripulantes da Estação Espacial Internacional (ISS) e o primeiro que utilizou as redes sociais.
Em dezembro de 2012, postou seu primeiro tweet em sua conta #Pontifex no Twitter. Em seus quase oito anos de pontificado proclamou 34 santos e cerca de 600 beatos, entre eles, seu antecessor, o papa João Paulo II, um fato também sem precedentes na História da Igreja, já que nos últimos 10 séculos nenhum papa nomeou beato seu antecessor.
Mas a maior surpresa, também sem precedentes na história moderna da Igreja Católica, foi dada em 11 de fevereiro de 2013, quando comunicou em latim sua renúncia como pontífice "em plena liberdade pelo bem da Igreja" e por constatar que "faltam forças" para continuar no cargo, fazendo uso do cânone 332.2 do Código de Direito Canônico. Prestes a dizer adeus ao pontificado, Bento XVI também será o primeiro papa emérito ou pontífice romano emérito da Igreja Católica.


As informações são da EFE