Rio -  O Programa Frutificar, da Secretaria Estadual de Agricultura, financiou o plantio e o custeio de 100 hectares de abacaxi em São João da Barra, no Norte-Fluminense, beneficiando aproximadamente 50 produtores rurais. Ao todo, o município vai produzir 16 mil toneladas da fruta nas safras 2012/2013 utilizando 400 hectares de lavoura, com 16 milhões de plantas. O programa de incentivo à fruticultura do governo do estado financia até R$ 50 mil, com juros de 2% ao ano, que podem ser pagos em até seis anos. Atualmente, 60% da produção do município são vendidos para cidades do Rio, e o restante é comercializado para Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Foto: Divulgação
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O agricultor Claudinei Ribeiro Azevedo, 37 anos, vive exclusivamente da agricultura e comemora os resultados desta safra. Na semana passada, ele negociou parte da produção que partiu de caminhão de sua propriedade, em Sabonete, 5º Distrito de São João da Barra, para Vitória (ES), onde foi vendida.
Há seis anos ele recebeu o primeiro financiamento do Frutificar para o plantio de 100 mil plantas. Dois anos depois, ele renovou o financiamento para o custeio da safra, num total de R$ 50 mil. Até o fim do ano ele termina de pagar todo o empréstimo e pensa em mais investimentos.
“Ter o apoio de um financiamento como este é muito bom porque nos possibilita comprar equipamentos caros, por exemplo, o de irrigação”, disse o agricultor.
Os produtores da cidade comemoram o aumento nos ganhos da safra deste ano. O preço da fruta está até 200% melhor que no verão de 2012. O mesmo produto, que há um ano era vendido em média por R$0,60, hoje tem preço médio de R$ 1,60. Técnico agrícola do Frutificar, Rodrigo Pacheco diz que as condições climáticas deste verão na região e a seca nas áreas produtoras do Norte e Nordeste brasileiro fizeram o preço da fruta subir. O custo atual de uma lavoura de abacaxi está em R$ 25 mil por hectare.
“Com os preços desta safra, o lucro dos agricultores está em torno de R$ 20 mil por hectare. É um bom valor para o campo, ainda mais que entre uma colheita e outra de abacaxi os agricultores fazem rotação com culturas rápidas como quiabo e maxixe”.
Ele revela outro diferencial que faz os lucros subirem em São João da Barra.
“Aqui eles estão conseguindo colher abacaxi com 10 meses de plantio. Em outras regiões, o tempo médio para colheita é de 14 meses. Isso só é possível devido ao solo arenoso da região e a irrigação”, explica.
Na área colhida esta semana, Claudinei vai plantar quiabo para que até o fim do ano o abacaxi possa ser plantado novamente. “Além de adotar a rotação de culturas, os agricultores daqui utilizam o lodo de usina de açúcar como composto orgânico, que fortalece a terra arenosa”, revela Rodrigo. Outra prática adotada é a utilização das folhas dos abacaxis, que são incorporados a terra durante o preparo do solo.