Menos mortes, mais prisões
Premiação especial para policiais derruba índices de registros de autos de resistência
POR FLAVIO ARAÚJO
Arte: O Dia
Levantamento feito pelo DIA mostra ainda que, no período de agosto de 2008 a outubro de 2009 — antes da premiação da Secretaria de Segurança —, a polícia matou 1.216 pessoas no Rio e prendeu 22.015 em flagrante. O mesmo período analisado entre 2011 e 2012 — depois de instituída a gratificação — apontou uma redução de 61% (466 registros) nas mortes em confronto e, coincidência ou não, um aumento de 36% nas prisões (29.992 casos).
"A polícia do Rio já foi a mais letal do mundo. Mas ainda há muito o que fazer: policial não desfaz cena de crime e não transporta ferido. São Paulo prende cerca de 120 mil pessoas por ano. No Rio, pela proporção, teria que ser entre 40 e 50 mil, mas gira em torno de 20 mil”, critica José Vicente da Silva, ex-secretário nacionalde Segurança Pública e coronel da PM de São Paulo.
Bonificação é alvo de críticas
A redução das mortes por meio de prêmios em dinheiro divide opiniões. “Pagar para não matar é vergonhoso. Numa sociedade democrática, o direito à vida é obrigação do estado”, critica o secretário executivo do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, Luiz Carlos Semog.
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), a redução nos índices traz esperança: “Os autos de resistência são desafio também para Ministério Público e a Justiça, que falham muito ao investigar e punir esses crimes”.
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