Rio -  Mal começou o ano, e decisão polêmica no Estado de São Paulo despertou uma discussão na sociedade brasileira. A partir de agora, a Polícia Militar paulista está proibida de socorrer vítimas de crimes graves, como homicídios, lesões corporais, roubo e sequestro seguido de morte. Somente o Samu e os bombeiros deverão exercer essa função. É uma medida que preocupa, pois preservar a vida também constitui função do policial, que também é treinado para salvar vidas. Nestes casos, alguns minutos podem fazer a diferença.
O principal argumento por parte do governo paulista é que, dessa forma, se resguarda o trabalho do policial. Porém, há controvérsias, uma vez que tal decisão também pode dar margem para o cidadão duvidar desses profissionais, que, essencialmente em São Paulo, têm sido alvo constante de assassinatos.
Como em qualquer outra capital, obviamente incluindo o Rio de Janeiro, policiais vivem na linha de frente do combate aos criminosos. Além disso, a população fica na linha de tiro e em muitos casos sai como vítima desse confronto, socorrida pelos próprios policiais, que lutam pela proteção do cidadão e preservação da ordem. Tirar essa possibilidade deles é um equívoco das autoridades paulistas, pois a omissão de socorro por parte do policial pode até caracterizar crime.
Sinceramente, não parece razoável que esse seja o ponto crucial para a segurança pública e a polícia de São Paulo, que, como já citei, amarga inúmeros atentados e assassinatos nos últimos meses. Inteligência e estratégia são o que faz a diferença. Nesse ponto, o comando da segurança pública do Rio está à frente, e as pacificações dos principais morros e a queda nos índices de violência não nos deixam mentir.
Advogado criminalista