Marcha cigana na Beija-Flor
Escola terá um setor sobre a cultura gitana. Ritual de sete dias pediu licença a ancestrais
POR FERNANDA ALVES
“É uma festa profana, e não podemos falar sobre nossa cultura sem pedir autorização. Fiz o ritual, oferecendo comida para os ancestrais, e vamos chamar só coisas boas para o desfile”, revela Mírian. Em 1992, com enredo falando sobre ciganos, o último carro da Viradouro pegou fogo. Na época, a suposta falta de ‘autorização espiritual’ para abordar o tema foi apontada como causa do acidente. O carro será reeditado este ano no desfile da escola, na Série A.
Ciganos de verdade: na alegoria, Mírian e outros ciganos vão dispensar as fantasias e irão com suas roupas | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
“Na Beija-Flor, todas as religiões são tratadas com muito respeito. A primeira coisa que fiz foi falar com a Mírian e saber o que deveria ser feito”, conta ele, que construiu dentro do barracão um altar de sua fé. Serão ao todo 35 ciganos na alegoria que vai reproduzir um acampamento.
Uma ligação histórica com o cavalo
Mírian conta que os ciganos ficaram honrados com a homenagem. ‘É muito importante divulgar a cultura do nosso povo. Como somos nômades, não podemos ir a todos aos ensaios, mas pedi que comprassem o CD do samba para treinarem no acampamento”, contou ela, torcedora da escola da Baixada desde criança, pois morou em acampamento de Nova Iguaçu.
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