Rio -  Na boa, alguém precisa colocar ordem nos táxis do Rio de Janeiro. Da última vez que escrevi sobre eles aqui mesmo em O DIA, recebi ameaças pelo Twitter e não foi nada agradável. Mas também não está sendo agradável usar serviço de táxi nesta cidade. E não é nada pessoal, um amigo meu propôs nas redes sociais um boicote coletivo aos táxis para mostrar a insatisfação dele e de grande parte dos usuários deste serviço. E o que me surpreendeu é que ele circula pela Zona Sul da cidade, lugar onde os táxis existem com facilidade e é uma área onde eles circulam sem reclamar.
Imagine se o percurso principal dele fosse Centro da cidade ou Santa Teresa, ou São Conrado? Sim, porque para estes lugares não é todo táxi que vai. E para não passar vexame nem correr riscos de ter que sair do carro às pressas, quem circula nestas áreas tem que perguntar antes se o motorista vai a estes lugares. E tem aqueles que param o carro e se explicam: “Estou indo para a Barra”. Ou seja, se o trajeto coincidir, ele até leva você. Do contrário, problema seu.
E isto acontece todo dia, com todo mundo, é democrático. E se você discordar do percurso que ele propõe ou simplesmente faz? Pior pra você. Muitos deles não gostam de ser contrariados. Eu já tive que descer de um táxi na Lagoa, a menos de 100 metros da entrada do Túnel Rebouças, porque o motorista preferia dar a volta inteira na Lagoa, ao invés de pegar o primeiro retorno. Antigamente eu odiava andar de táxi em São Paulo porque os motoristas sempre diziam que não sabiam onde ficava o endereço que eu queria. O Rio ficou igual. Ou pior. Porque é impossível para um taxista carioca não saber onde é Copacabana Palace ou o Túnel Zuzu Angel ou o Theatro Municipal. Mas pode acreditar que já ouvi estas desculpas esfarrapadas mais de uma vez. E vou continuar ouvindo porque vou continuar andando de táxi.
É lógico que há motoristas muito bons, profissionais corretos, que conhecem a cidade e se orgulham da profissão. Pena que o número destes motoristas tem diminuído muito. E ainda dizem que o Rio tem quantidade maior de táxis que deveria. Mas, cá pra nós, para onde vão todos eles às sextas feiras ou aos domingos à tarde? Ou quando chove? Simplesmente desaparecem. Os amigos que chegam de fora contam histórias cada vez piores sobre os taxistas do Rio, e se antes a gente ficava só com vergonha, agora a gente concorda e aproveita para contar as nossas desventuras também. Mas vai melhorar. O prefeito vai tomar providências. O Secretário de Transportes também. No ano que vem, ou seja, em 2014, eles garantem: o serviço de táxi do Rio vai melhorar. E até lá? Bem, até lá...