Rio -  Como sempre, a Baixada Fluminense está sofrendo com as chuvas. Uma situação tão recorrente que quase nos acostumamos com ela, sendo despertados pela dor de cada família desabrigada ou que perde um dos seus entes queridos. Essa dolorosa via-crúcis anual atravessada pelo povo da Baixada foi tristemente potencializada em 2013. E tudo por conta de uma herança maldita deixada pelos prefeitos não reeleitos: o lixo.
Término de contratos, empresas sob desconfiança, rancor, falta de espírito público... Os motivos para as toneladas de dejetos que se acumulam pelas cidades são variados e nenhum deles cheira bem. Mas pior mesmo são as consequências: com as chuvas, o lixo se espalha, tornando mais difícil sua coleta, multiplicando o risco de doenças e entupindo bueiros. Como resultado, ruas alagadas e mais sofrimento e potenciais tragédias.
Os prefeitos eleitos tentam enfrentar a situação da melhor maneira. No caso de Mesquita, acionamos equipes da Secretaria de Obras e, em uma semana, já recolhemos mais de nove mil toneladas de lixo das ruas. Mas ainda há muito trabalho por fazer, que exige tempo e dinheiro, lógico.
A Baixada Fluminense merece trabalho duro, todo nosso tempo e todo o dinheiro que for possível aplicar. Mas merece, mais ainda, respeito de quem foi eleito pelo povo e, na hora de se despedir, deixa um atestado de falta de compromisso.
Gelsinho Guerreiro é prefeito de Mesquita