Rio -  O Carnaval carioca começa extraoficialmente neste domingo de manhã, na Praça 15. Às 10h, os tamborins já estarão sendo aquecidos para a 3ª Abertura Não-Oficial do Carnaval, com a união de 17 blocos que se recusam a obedecer as regras da prefeitura para circular.
No ano passado, o evento reuniu mais de 10 mil pessoas. A previsão dosorganizadores para este ano é de público ainda maior.
“A prefeitura decidiu fazer exigências para os blocos de Carnaval, sem distinguir os gigantes dos menores. Querem impor um modelo. Não faz sentido regular o Carnaval, que é uma folia livre, espontânea”, argumenta Diogo Carvalho, um dos representantes da Desliga dos Blocos, grupo que reúne boa parte dos foliões insatisfeitos com normas como a delimitação do local exato da festa, de horários fixos para começar e terminar e do trajeto percorrido.
No ano passado, os foliões chegaram a levar faixas contra o que consideram a "baianização do Carnaval carioca", mas todos fizeram questão de afirmar que não se trata de um confronto com a cultura e o povo baianos.
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Representantes da Desliga dos Blocos apostam que número de foliões na festa deve ultrapassar os 10 mil | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
“Rolou uma interpretação errada por parte de algumas pessoas. Não temos nada contra a Bahia, apenas contra o formato que costuma ser adotado por lá. Não somos subsidiados pelo poder público”, reforça o folião Hugo Duarte.
Diversidade marca a festa
A festa marcada para a Praça 15 não tem o purismo de alguns blocos. A diversidade é a grande marca do evento, que reunirá grupos que tocam basicamente marchinhas de Carnaval, como o Boi Tolo, com outros que optam pelo Maracatu (GEBAv), Frevo (Prato Misterioso) e até rock (Block’n Roll).
“E ainda há gente de outros blocos que se juntam a nós e acaba rolando pop e até músicas do Michael Jackson. O que a gente defende não é o samba, é o Carnaval, a liberdade para cada um brincar como quiser, sem limitações de ritmos”, explica a foliã Thay Chaves.