Rio -  Que o crescimento da renda acompanha o aumento da escolaridade, todo mundo sabe. Mas o que poucos brasileiros atentaram é que o maior tempo nos bancos escolares também influencia na quantidade e na qualidade do acesso à internet.
De acordo com o estudo Target Group Index, feito pelo Ibope, com famílias de igualrenda, a presença da internet é maior quando se tem mais escolaridade. Entre as famílias com renda mensal de R$ 300 a R$600, por exemplo, entre as quais o chefe de família é analfabeto ou conta apenas com a instrução primária, a adesão à internet é de 10%. Já nas casas com essa mesma renda, mas com um chefe com Nível Superior, o uso da internet chega a 50%.
Professora de Antropologia do Consumo da ESPM, Hilaine Yaccoub, com pesquisa em comunidade pobre do Rio, confirma a descoberta. “Quanto mais se tem acesso a bens culturais e meios de se informar, aumenta o desejo do jovem pelo conhecimento e o que fazer com esse conhecimento. Quais sites pesquisar, que fóruns de discussão participar. As pessoas passam a se programar e se projetar em cima das experiências contadas na web”, avalia ela, uma das debatedoras do projeto 'Rio, cidade sem fronteiras'.
Estudo sobre consumo de 20 mil pessoas

A pesquisa Target Group Index avaliou entre 2011 e 2012 o comportamento de consumo de 20 mil pessoas com idades entre 12 e 75 anos, moradoras de dez regiões metropolitanas do Brasil e cidades com mais de 50 mil habitantes do Sul e Sudeste.
Para comprovar a influência da escolaridade no acesso à internet, o Ibope aplicou o conhecimento sobre todos os municípios por meio dos dados do Censo 2010, do IBGE.