Rio -  A essência é brasileira, mas os desfiles das escolas de samba já são uma grande festa por todo o mundo. Marcado por uma alta transição no Rio de Janeiro, onde os tradicionais blocos foram se transformando em agremiações, o carnaval também se transforma para atrair e marcar espaço em diversos outros países, assim como ocorre no Japão.
Levado ao Oriente através de Damião Gomes de Sousa, o Caju da Cuíca, o samba deu seus primeiros passos no Japão quando o músico se apresentou no país com o grupo Sambatuque, e pela primeira vez, levou o ritmo ao solo japonês, em 1978. Não muito conhecido na época, a banda do sambista foi ganhando cada vez mais espaço no exterior, além de ter deixado sua marca na história japonesa.
Escolas de samba locais desfilaram pelas ruas de Tóquio | Foto: EFE
Escolas de samba locais já desfilaram pelas ruas de Tóquio | Foto: EFE
Atualmente, após os 35 anos da chegada do samba na Terra do Sol Nascente, o samba já garantiu seu espaço e conquistou a população. Rodas de samba, pagode, chorinho, e até escolas de samba locais já realizam grandes trabalhos, e até desfiles já foram organizados pelos japoneses, principalmente em Tóquio, que foi palco do último festival em setembro de 2012, onde 26 escolas de samba desfilaram pelas ruas da capital, somando um contingente com cerca de 4000 componentes.
Mas não é somente o povo brasileiro que deixou sua marca no país do Oriente. No carnaval carioca, alguns japoneses e descendentes não perdem a oportunidade de marcar presença no maior espetáculo da terra, assim como o músico Miyazawa Mashu, que se encantou com o ritmo brasileiro e resolveu aprender mais sobre a cultura.
Mashu desfila pela Vila Isabel | Foto: Arquivo
Mashu desfila pela Vila Isabel | Foto: Arquivo
"Primeiramente conheci o samba em 2001, em uma viagem a São Paulo. Eu trabalhava como baterista no Japão, com grupos de rock, jazz e funk, mas nunca havia tocado este tipo de música. Quando voltei desta viagem, procurei as escolas de samba japonesas para estudar o samba, encontrei algumas, mas notei que ainda não estavam totalmente preparadas, até que conheci o Caju da Cuíca e passei a tocar na bateria dele", revelou ao DIA na Folia.
Após conhecer ainda mais sobre o samba, Mashu não considerou a hipótese de não fazer parte do carnaval carioca, e fez questão de viajar para o Rio em busca de um aprendizado mais amplo e uma vaga no maior espetáculo da terra.
"Quando conheci, me apaixonei. Queria ser uma ponte de cultura da música brasileira, principalmente em um negócio do samba brasileiro para o Japão. Hoje, estudo a língua portuguesa e me dedico a aprender ainda mais com o mestre Trambique, além de ter o maior orgulho de fazer parte da bateria da Vila Isabel", declarou.
Após ficar um ano afastado do carnaval carioca, Mashu está de volta ao Rio para o carnaval de 2013, quando desfilará mais uma vez na bateria da Unidos de Vila Isabel, escola onde deu seu primeiro passo no grande festival.