Índia -  O amigo da menina indiana que foi estuprada em dezembro em um ônibus criticou o fato de ninguém ter se aproximado deles para ajudá-los quando os dois foram largados pelos criminosos em uma rua de Nova Délhi. "Tentamos parar as pessoas que passavam. Durante 25 minutos, vários triciclos, carros e motos desaceleraram mas ninguém parou", disse em entrevista ao canal "Zee News".

A polícia entrou com um processo contra a emissora, alegando quebra de identidade do jovem, o que violaria o código penal do país. "Não tínhamos roupa, não podíamos nos levantar e havia gente passando do nosso lado. Poderiam ter nos levado ao hospital ou nos dado roupa", afirmou o amigo da vítima, de 23 anos, que estudava fisioterapia e morreu há uma semana em um hospital de Cingapura. O jovem criticou a atuação do hospital da capital indiana para onde ambos foram levados inicialmente, onde, segundo sua versão, tiveram que "esperar e suplicar por roupa". "Se (a menina estuprada) tivesse sido internada desde o princípio em um bom hospital talvez estivesse hoje aqui conosco", disse.

O jovem também criticou a polícia e disse que boa parte da situação precária das mulheres na Índia era responsabilidade da instituição. "A polícia não é uma pessoa, é um sistema, e se o sistema falha repetidamente, as pessoas responsáveis deveriam renunciar aos seus postos por razões morais", atacou. O amigo da menina estuprada, que na maioria dos meios de comunicação é conhecida como Amanat, apesar de circularem versões com nomes diferentes, acrescentou que a vítima disse às autoridades que sua vontade era de que seus agressores fossem "queimados vivos".

Desde o estupro da jovem, ocorrida em 16 de dezembro, a Índia vive uma grande onda de protestos e mobilizações. Nesta quinta-feira começou em Nova Délhi o julgamento de cinco dos seis acusados do crime (um deles é menor), e hoje está previsto que o juiz da corte responsável indique as acusações dos envolvidos.
As informações são da EFE