Rio -  A dimensão política do movimento ‘Veta, Dilma’ evidencia o quanto o Rio de Janeiro ficou dependente das receitas da atividade petrolífera. Pelo menos até a próxima investida da Federação nos royalties, tudo indica que poderemos pagar as contas e até fazer planos. Mas o futuro, infelizmente, está logo ali, e a ameaça é real, dada a obsessão dos estados e municípios para que se derrube o veto da presidenta Dilma Rousseff.
Para agravar, algumas notícias jogam para baixo as projeções do preço do petróleo. A inclusão do gás de xisto na matriz energética norte-americana é uma delas. Além do aumento das reservas proporcionadas pela evolução da tecnologia de extração em águas profundas. A queda nas receitas petrolíferas obrigará o Estado a pagar despesas de custeio, investimento e previdência com o bom e velho tributo. Mais precisamente, os impostos e taxas. E o estado tem que continuar dando conta de suas atribuições constitucionais.
Resta à administração pública fluminense investir na estrutura de fiscalização e administração tributárias para não sofrer os efeitos da maldição do petróleo. É bem verdade que o governador Sérgio Cabral deu importante passo para a solução do problema, com sucessivos concursos públicos e admissão de centenas de auditores fiscais. Esse precioso capital humano, entretanto, não basta para dar conta dos sonegadores do terceiro milênio. Necessário se faz investir maciçamente em informatização de qualidade. O atual estágio de desenvolvimento tecnológico da Secretaria de Fazenda mostra que ainda há muito que evoluir.
Por sorte, temos tempo e recursos. Que venha a vontade política.
Presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Rio de Janeiro