Rio -  Ainda sob o trauma do massacre na escola de Connecticut, dia 14, quando 20 crianças e seis funcionários foram mortos por um atirador, professores dos Estados Unidos começam a se amar para enfrentar agressores dentro da sala de aula. Duzentos mestres do estado de Utah iniciaram os primeiros treinamentos de manuseio de armas de fogo, ministrados por integrantes do Conselho do Tiro Esportivo da cidade. A medida, no entanto, divide a opinião de epecialistas brasileiros sobre a eficácia no combate à viloência dentro das salas de aula nos EUA.
Professora recebe primeiros treinamentos para uso de armas em sala | Foto: AFP
Professora recebe primeiros treinamentos para uso de armas em sala | Foto: AFP
“Se nós um dia tivermos de enfrentar um atirador como o de Connecticut, estarei totalmente preparada para responder com a minha arma”, afirmou Kasey Hansen, uma professora de educação especial que participa do treinamento com armas.
O massacre de Newtown reacendeu um debate nacional sobre segurança armada. Enquanto o presidente Barack Obama defende o restabelecimento de uma proibição nacional de armas como fuzis, a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) rejeita novas medidas de controle de armas.
‘Arma chama arma e mais violência’
Especialista em segurança, Vinícius Cavalcante acha que armar e treinar os professores pode ser uma boa estratégia para conter os ataques nas escolas americanas. “É preciso analisar o tema desapaixonadamente. A última linha de defesa em países como EUA não é a polícia, mas o cidadão com suas próprias armas, direito garantido pela Constituição. Há, inclusive, estatísticas que comprovam que muitas tragédias foram freadas por civis americanos armados”, lembra Vinicius, diretor da Associação Brasileira de Segurança (Abseg).
Para Rubem Cesar Fernandes, da ONG Viva Rio, o tiro pode sair pela culatra. “A medida é mais um desses absurdos para alimentar a indústria armamentista dos EUA. Arma chama arma e tiro chama tiro. Isso só pode acirrar ainda mais a violência nas escolas americanas”, adverte.