França -  Milhares de pessoas saíram às ruas neste sábado em uma dezena de cidades da França em defesa do casamento gay, que é objeto de um projeto de lei da maioria de esquerda e suscitou uma forte mobilização contrária na imprensa conservadora. As manifestações, em grandes cidades como Marselha Lyon, Toulouse, Montpellier, Nantes e Grenoble, precedem à de amanhã em Paris, em parte como resposta aos detratores da proposta de lei, que reuniram pelo menos 100 mil pessoas nas ruas do país no último dia 17 de novembro.
Os organizadores do coletivo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais), que receberam nos últimos dias o apoio dos partidos de esquerda e dos sindicatos, disseram ter reunido hoje oito mil manifestantes em Lyon, sete mil em Marselha e quatro mil em Nantes. Para a polícia, os números eram menos da metade. O objetivo, entre outros, era pressionar o Governo ao qual acusam de ter lhes decepcionado por não integrar o direito à procriação assistida em seu texto legislativo, que começará sua tramitação no próximo dia 29 de janeiro.
O articulado traduz o compromisso de campanha do presidente francês, o socialista François Hollande, de legalizar o que popularmente se chama "o casamento para todos" e "a adoção para todos", mas deixa alguns vazios. Na quarta-feira passada, Hollande justificou a não inclusão do direito à procriação assistida para as lésbicas - que já existe na Espanha e na Bélgica -, e deixou à discrição "soberana" do Parlamento a incorporação deste ponto durante a fase de tramitação da lei.
Uma forma de indicar que embora sua vontade inicial não fosse incluir essa questão na legalização do casamento gay, se os parlamentares de esquerda apresentam uma emenda a esse respeito, o Governo não se oporá e inclusive poderia respaldá-la. Coincidindo com a mobilização de hoje, a Confederação de Associações Familiares Católicas apresentou uma pesquisa que tinha encarregado ao instituto Ifop, segundo a qual para 55% dos franceses uma família composta por dois adultos do mesmo sexo não é como as demais.
As informações são da EFE