Rio -  No rastro da falta de luz que atormenta o carioca, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aplicou este ano R$ 9 milhões em multas à Light tanto pelos problemas na rede subterrânea como pela demora em atender os clientes pela Ouvidoria.

No ano passado, bueiros foram pelos ares por falta de manutenção que deveria ter sido feitas pela empresa. O cerco à concessionária já aumentou. Há duas semanas, técnicos da Agência vieram ao Rio para uma inspeção extra que resultará em novo relatório e não está descartada outra avaliação.

Nesta sexta-feira, a Light confirmou o pagamento de apenas R$ 1,5 milhão de uma das multas (16,6% do total). Há recurso na Aneel contra a punição de R$ 7,5 milhões, que pode ser suspensa ou reduzida.
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Nesta sexta, no calor do Santos Dumont, Fernanda abanava a filha: ‘É absurdo! Pagamos taxas sem serviço adequado’ | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Se o processo de enquadrar a empresa é lento, a impaciência dos clientes anda a passos largos. Nesta sexta-feira, de madrugada, moradores do Conjunto Nova Sepetiba, na Avenida 4, em Sepetiba, Zona Oeste, colocaram fogo em lixo e madeira por causa da interrupção no fornecimento de luz. Técnicos da empresa conseguiram normalizar o atendimento.

No jogo político, o prefeito Eduardo Paes decidiu marcar presença. Ele criticou a Aneel, que no ano passado demorou a agir quando bueiros explodiam por falta de manutenção.

“Liguei para o presidente da Light. Houve problemas operacionais que serão resolvidos. O papel de cobrar é da Aneel e não assistir de camarote, como aconteceu na explosão de bueiros. Na hora que a gente convocou a Aneel, eles vieram e as coisas foram resolvidas”, analisou Paes.
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Nos indicadores de qualidade, confira se a Light ultrapassou o limite tolerável de falha no abastecimento de sua casa  | Foto: Reprodução
Consumidores protestam também no Twitter da empresa. Nesta sexta-feira, alguns reclamavam de problemas pontuais de abastecimento de energia em trechos da Taquara, Zona Oeste do Rio; Nilópolis e São João de Meriti, na Baixada, e Volta Redonda, Sul Fluminense.

Mas a Light informou que não havia falta de luz em bairros do estado. A interrupção no fornecimento de energia este ano, até outubro, já representou gasto de R$ 28 milhões em ressarcimento aos consumidores. Em 2011, a Light pagou R$ 32,4 milhões aos clientes por não respeitar o tempo de tolerância para apagões nos imóveis.

Infraero leva punição por falhas em aeroportos

O suor dos passageiros de voos dos aeroportos Internacional Tom Jobim, o Galeão, e Santos Dumont vai custar R$ 300 mil aos cofres da Infraero (R$ 50 mil ao primeiro e R$ 250 mil ao segundo).

As multas aplicadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) foram anunciadas ontem em inspeção da Operação Fim de Ano, no Galeão, feita pelo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt; o presidente da Anac, Marcelo Guaranys, e o presidente da Infraero, Gustavo do Vale.

Na quarta, um apagão no Galeão atrasou 19 voos e os geradores só entraram em ação dez minutos depois para restabelecer serviços emergenciais. “Vamos apurar o porquê da demora. Deveria ter entrado em operação em no máximo três minutos”, admitiu Gustavo do Vale.

Nesta sexta-feira, passageiros ainda sofriam com as falhas do ar-condicionado no Santos Dumont, que passará por estudo para melhoria do sistema.

“É um absurdo! Pagamos taxas de embarque para não ter serviço adequado”, protestou Fernanda Albuquerque ao aguardar voo para São Paulo. As lojas do Santos Dumont recorreram a ventiladores para escapar do calor.