Rio -  Diretora de relações públicas do Copacabana Palace, Claudia Fialho hesita ao responder qual foi o momento mais incrível que testemunhou no hotel, onde trabalha há 20 anos. “No dia em que Mick Jagger foi embora, depois de ter feito um show apoteótico em Copacabana, em 2006, ele saiu pelos fundos. Todos os funcionários se reuniram para se despedir dele, que nos homenageou filmando toda a equipe”, recorda. 
Claudia relembra essa e outras histórias depois de o hotel mais glamouroso do Brasil — que se prepara para ser, de novo, o ponto tradicional do Réveillon carioca — passar por reformas (no valor de R$ 32 milhões) que antecedem seu aniversário de 90 anos, comemorado em 2013. “Essa é a primeira vez que o lobby foi modificado, desde 1923, ano da inauguração do Copacabana Palace. A gente queria dar um ‘refresh’, mas sem perder a alma”, explica Claudia, destacando que o Copa é moderno desde a criação, por conta de sua localização. “Seu fundador, o empresário Octávio Guinle, teve esse olhar para frente. O Copa projetou o Rio internacionalmente”, conta ela, lembrando que o lugar hoje faz parte da rede Orient-Express.
Diretora de relações públicas do Copacabana Palace conta histórias inesquecíveis de hóspedes ilustres | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Diretora de relações públicas do Copacabana Palace conta histórias inesquecíveis de hóspedes ilustres | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Além do lobby, que foi ampliado e tornou-se adaptado para cadeirantes, as suítes foram redecoradas. “Os carpetes foram trocados por pisos amadeirados. E colocamos quadros acima da cama, em diversos tamanhos, com imagens do Rio, que é a nossa bandeira”, explica. Claudia ingressou no hotel em 1990 e só se afastou do Copa de 2007 a 2009. “Tive a honra de suceder Oscar Ornstein. Acompanhei todo o processo de confecção do livro ‘Copacabana Palace: Um Hotel e Sua História’, assinado por Ricardo Boechat e lançado em 1998”, lembra a diretora.
E coube a ela também recepcionar hóspedes ilustres como Bono Vox, Nelson Mandela e Lady Di. “Uma legião de fãs instalou-se diante do hotel para ver Bono Vox, do U2. Ele, que estava hospedado numa ‘penthouse’, desceu para a varanda e cantou à capela. Primeiro, pediu para o público se calar. Na hora do refrão da música, que não lembro mais o nome, todos cantaram com Bono. Foi emocionante”, descreve. Nelson Mandela hospedou-se no Copacabana Palace logo que foi eleito, em 94, presidente da África do Sul, depois de ter passado 27 anos na prisão. “Foi tumultuado. A gente nunca sabia o que ele ia fazer”, conta Claudia.
Já a princesa Diana quebrou o protocolo. “O carro estava parado em frente ao Copa, esperando por ela. Tinha uma multidão aguardando a sua passagem. A princesa fez questão de dar a mão para as pessoas e pegou uma criança no colo”, narra Fialho. “Com Lady Di, aprendi o verdadeiro significado da palavra carisma”, confessa.