Estados Unidos -  A recente morte de um jovem que participava de um concurso de comer baratas na Flórida reacendeu o debate sobre uma tendência, os concursos de comida, que continuam na ordem do dia nos Estados Unidos, apesar dos repetidos alertas por parte de médicos e nutricionistas. Na semana passada foram divulgados os resultados da autópsia de Edward Archbold, o homem de 32 anos que morreu no último mês de outubro instantes após ganhar esse bizarro concurso.

Nela se determina que o jovem não morreu por intoxicação ao ingerir dúzias de baratas gigantes, como se cogitou em um primeiro momento, mas que Archbold "engasgou até a morte" por causa da enorme quantidade de insetos que ingeriu. "Na China também comem insetos deste tipo, mas, claro, não o fazem em quantidades tão exageradas como esta", afirmou à Agência Efe a médica Kathy B.

Glazer, nutricionista no Glazer Nutrition Center de Washington. "Para ser honesta, não sei o que pode levar alguém a se arriscar e participar deste tipo de concurso. Tratei muitos glutões que agora têm problemas de obesidade e diabetes", contou Kathy. Embora a médica garanta que o caso de Archbold é isolado, também alertou para as "sérias consequências em longo prazo" que estes hábitos podem provocar. Os concursos de comida deixaram de ser algo exclusivo das feiras populares e explodiram como fenômeno de massa durante a década de 1990, especialmente no Japão e nos EUA.

No país americano, a prática deste "esporte" - quem pratica se considera um atleta - segue completamente viva e em Nova York tem seu escritório a sede da FederaçãoInternacional de Concursos de Comer (IFOCE, na sigla em inglês), encarregada de supervisionar e divulgar os certames deste tipo.

O atual campeão mundial dos concursos de comida é Joey Chestnut, um jovem de 27 anos de San José (Califórnia) capaz de comer 68 cachorros quentes em dez minutos e engolir sete litros e meio de chili em seis minutos e que, surpreendentemente para muitos, "só" pesa 104 quilos. Embora possa parecer paradoxal, entre os cinco primeiros classificados do ranking mundial, apenas Chestnut ultrapassa os 100 quilos, algo que, segundo o médico e professor da Universidade George Washington, Marc S. Levine, tem uma explicação física. O "segredo" destes competidores, explicou o professor, está no fato de que desenvolveram uma capacidade "para que seu estômago possa expandir-se e dilatar-se de maneira surpreendente, o que lhes permite ingerir enormes quantidades de comida em muito pouco tempo".
As informações são da EFE