Rio -  De um lado, uma comunidade formada por descendentes de escravos e imigrantes de Minas Gerais. Do outro, retirantes nordestinos. Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, de culturas tão diferentes e que nos anos 1980 já foram divididos pelo domínio de facções criminosas inimigas, constroem hoje uma história de união marcada pela paz.
Pacificadas desde dezembro de 2009, as favelas abrem as portas para visitantes se deleitarem com o que suas lajes e janelas oferecem. Dona de laje no alto do Pavão, Azelina Viana dos Santos, 79 anos, aluga a casa para festança de Ano Novo, com ingresso a R$ 1 mil para estrangeiros e R$ 450 para cariocas.
Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
A vista do alto do Cantagalo é de tirar o fôlego. Visitantes têm que subir até o ponto mais alto da comunidade para desvendar a visão já apreciada há anos pelos moradores | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
“Daqui conseguimos ver os fogos de Copacabana, uma maravilha! Com parte do dinheiro vamos ajudar a comunidade”, promete.
Andar pelo Cantagalo é se sentir em uma obra de arte. Para contar a história da comunidade, a ONG Museu de Favela criou as casas-telas: 30 residências foram grafitadas com um "capítulo" cada.
É possível "ler" em passeio solo, mas o guiado está disponível (R$ 100 para turista e R$ 60 para quem mora no Rio). Atração à parte no morro é o Bonde da Madrugada: Douglas Rafael, 23, Charles Rafael, 19, Wagner Barnabé, 19, e Denilson Benvindo da Silva, 20, que com seus passinhos de funk foram parar no programa  Esquenta, da TV Globo.
Foto: Fernando Sousa / Agência O Dia
A Lagoa Rodrigo de Freitas vista de um ângulo exclusivo para quem tiver fôlego para subir até a pedra no alto do Morro do Cantagalo. Para alguns ‘locais’, a visão encantadora do Rio faz parte da ‘mobília’ da sala de estar  | Foto: Fernando Sousa / Agência O Dia