Agonia de quase 10 anos na fila por cirurgia no Into
Melhorias prometidas pelo ministro da Saúde não chegaram aos pacientes. Idosa conta os dias para ser operada em 2018
POR HILKA TELLES
Sandra desistiu de tratar do joelho no Into, tamanha a demora para a marcação da cirurgia no ombro | Foto: João Laet / Agência O Dia
A dona de casa Sandra Mara Mach de Paula tem 62 anos e sofre com ruptura no tendão do ombro direito, que limita a mobilidade do braço. Em 2009, depois de passar por consulta no Hospital Oscar Clark, ela foi encaminhada ao Into. “Ali começou o calvário”, lembra Sandra, que foi consultada e fez ressonância magnética para o diagnóstico.
“Levei o resultado e me mandaram para a fila de espera. Disseram que era para eu acompanhar pela internet a minha vez de fazer a cirurgia. Naquela época, meu número era 300. Hoje, três anos depois, ainda estou em 194º”, queixou-se.
A matemática é simples: se a fila andou pouco mais de 100 números em três anos, a dona de casa terá que aguardar mais seis para ser operada — ela terá 68 anos.
Não bastasse o ombro, em novembro passado o joelho esquerdo apresentou problemas. Lesão no menisco esquerdo, detectada por um médico do Hospital Miguel Couto.
“Quando o médico disse que não tinha vaga no Miguel Couto e que me encaminharia ao Into, disse logo a ele: doutor, nem pensar”, contou Sandra Mach.
Triagem feita há dois anos, sem consulta
A menina Lusiane, de 12 anos, não faz as coisas normais da infância e mal consegueestudar. Vítima de escoliose grave, ela suporta dores absurdas, segundo a mãe, a diarista Jaqueline Rocha, 36, para assistir a aulas numa cadeira incômoda, por horas a fio.
“Cheguei com ela ao Into em 2009. Em 2010, ela passou pela triagem, quando a médica apenas a olhou e diagnosticou a escoliose. Desde então, aguardo que a consulta seja marcada. São dois anos de espera”, reclamou Jaqueline.
Nem mesmo as promessas do ministro Alexandre Padilha resolveram as questões de Lusiane e Sandra. Há menos de 15 dias, mais de mil pessoas se aglomeraram na porta do Into, em busca de senha para atendimento em 2013.
Logo depois, Padilha se comprometeu a regularizar a situação: afirmou que o número de atendentes do call-center aumentaria de 14 para 50; o agendamento de consultas e cirurgias seria informatizado, e o hospital passaria a fazer mais 500 cirurgias por mês. O DIA tentou falar com o Into, mas não localizou nenhum responsável.
“Levei o resultado e me mandaram para a fila de espera. Disseram que era para eu acompanhar pela internet a minha vez de fazer a cirurgia. Naquela época, meu número era 300. Hoje, três anos depois, ainda estou em 194º”, queixou-se.
A matemática é simples: se a fila andou pouco mais de 100 números em três anos, a dona de casa terá que aguardar mais seis para ser operada — ela terá 68 anos.
Não bastasse o ombro, em novembro passado o joelho esquerdo apresentou problemas. Lesão no menisco esquerdo, detectada por um médico do Hospital Miguel Couto.
“Quando o médico disse que não tinha vaga no Miguel Couto e que me encaminharia ao Into, disse logo a ele: doutor, nem pensar”, contou Sandra Mach.
Triagem feita há dois anos, sem consulta
“Cheguei com ela ao Into em 2009. Em 2010, ela passou pela triagem, quando a médica apenas a olhou e diagnosticou a escoliose. Desde então, aguardo que a consulta seja marcada. São dois anos de espera”, reclamou Jaqueline.
Nem mesmo as promessas do ministro Alexandre Padilha resolveram as questões de Lusiane e Sandra. Há menos de 15 dias, mais de mil pessoas se aglomeraram na porta do Into, em busca de senha para atendimento em 2013.
Logo depois, Padilha se comprometeu a regularizar a situação: afirmou que o número de atendentes do call-center aumentaria de 14 para 50; o agendamento de consultas e cirurgias seria informatizado, e o hospital passaria a fazer mais 500 cirurgias por mês. O DIA tentou falar com o Into, mas não localizou nenhum responsável.
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