Congo - Membros do movimento rebelde M23, da República Democrática do Congo (RDC), disseram nesta quarta-feira que se retirariam da capital provincial de Goma em respeito a uma demanda de líderes regionais e da União Africana. Na semana passada, eles tomaram essa e outras cidades no leste do Congo sem grande esforço, enquanto o Exército fugia e as forças de paz da ONU não tomavam nenhuma medida para impedir seu avanço.
Nativos da cidade rebelde de Goma protestam contra o presidente Joseph Kabila durante uma manifestação organizada por rebeldes do M23, em Goma, na República Democrática do Congo | Foto: EFE
Nativos da cidade rebelde de Goma protestam contra o presidente Joseph Kabila durante uma manifestação organizada por rebeldes do M23, em Goma, na República Democrática do Congo | Foto: EFE
O grupo rebelde, que é composto de centenas de oficiais que desertaram do Exército congolês em abril e teria apoio de Ruanda, começaram a se retirar nesta quarta da cidade de Masisi, no primeiro sinal concreto de que a pressão internacional parou seu avanço.
Um grupo de líderes de países vizinhos ao Congo pediu que o M23 se retire a 20 km de Goma até sexta-feira, disse o chefe de operações de manutenção da paz da ONU, Herve Ladsous, após reunião do Conselho de Segurança sobre o conflito. A posição era a que os rebeldes ocupavam antes de lançar sua ofensiva de 15 de novembro, acabando com três meses de trégua.
Ladsous anunciou que o principal conselheiro militar da ONU, general Babacar Gaye,viajará à RDC e a outros países da região, incluindo Ruanda, com o objetivo de acertar os detalhes da retirada.
Segundo Ladsous, isso inclui uma revisão da situação do aeroporto de Goma, controlado no momento pela missão de estabilização de paz da ONU na RDC (Monusco), a criação de uma "zona neutra" após a saída dos rebeldes e o estabelecimento de uma força internacional neutra para estabilizar a região.
Os rebeldes tomaram a cidade em 20 de novembro sem encontrar resistência do Exército congolês, que tem o apoio dos helicópteros da ONU.
Os governos da região haviam exigido no sábado que os rebeldes interrompessem a violência e abandonassem a cidade, capital de Kivu Norte, em 48 horas. Em troca, o governo da RDC se comprometeria a levar em consideração as reindicações legítimas dos insurgentes.
Os governos da região haviam exigido no sábado que os rebeldes interrompessem a violência e abandonassem a cidade, capital de Kivu Norte, em 48 horas. Em troca, o governo da RDC se comprometeria a levar em consideração as reindicações legítimas dos insurgentes.
Mas o M23 exigia " negociações diretas " com o presidente da RDC, Joseph Kabila, antes de sair de Goma. O governo, no entanto, considerava a retirada da cidade um "imperativo" antes de qualquer negociação.


As informações são do iG