Rio -  O presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel, Paulo Vianna, virou alvo de investigação, sob suspeita de fraudar documentos da escola de samba. De acordo com inquérito instaurado pela 4ª DP (Central), ele teria cometido crimes de estelionato e falsificação de assinaturas.

Segundo denúncias feitas ao Ministério Público por integrantes da própria agremiação, Vianna e pelo menos outras quatro pessoas teriam forjado mais de 100 nomes para mudar o estatuto da Mocidade, expulsar sua ex-mulher do conselho e privilegiar a esposa atual. Vianna nega as acusações e diz que vai exigir indenização por calúnia contra ele.
Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Paulo Vianna garante que segue estatuto e que denúncias contra ele são feitas por desafetos da oposição | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Manobras

No registro 4.298, feito na delegacia no dia 23 de setembro, Vianna é acusado também de ter feito manobras em documentos que culminaram com a exclusão do quadro de conselheiros de um antigo amigo particular, Edmundo Elias dos Santos, que também era amigo de sua ex-mulher, Célia Maria de Andrade Vianna Carvalho.

“Ele (Vianna) desrespeitou o estatuto da Mocidade, integrando ao conselho Patricia Brazil, sua atual mulher. O conselho é formado por 11 membros efetivos e 10 suplentes. Patrícia precisaria estar entre os suplentes eleitos para se tornar membro do conselho, conforme o Art 36 do Estatuto da Agremiação”, explica o advogado José Campello de Oliveira Júnior, que atua em favor de Wallace Soares Privado, vice-presidente do Departamento Social da agremiação, que encabeça as denúncias.

Conforme Campello, Hugo Santos, presidente do conselho e braço-direito de Vianna, marcava reuniões sem o conhecimento de alguns conselheiros. “As ausências eram usadas como justificativa para a expulsão de desafetos”, ressalta Campello.

Assinaturas passarão por exames

Agentes da 4ª DP informaram ontem que testemunhas estão sendo ouvidas e que dentro de 15 dias vão encaminhar dossiê com as supostas falsas assinaturas para exame grafotécnico no Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Se os crimes forem comprovados, o grupo que forjou assinaturas pode ser indiciado, também, por formação de quadrilha.

Paulo Vianna disse que não tomou conhecimento oficial das acusações, pois ainda não foi convocado para depor. “De antemão, posso adiantar que são acusações infundadas, feitas por um pessoal da oposição, bancado por um banqueiro do jogo do bicho, que vive querendo me incriminar e não consegue. Vão ter que ter provas, pois sigo rigorosamente o estatuto da escola”, defendeu-se Vianna, há nove anos à frente da Verde e Branca de Padre Miguel.