Rio -  Relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) que será divulgado amanhã no III Brasil Prevent, congresso sobre a prevenção de problemas cardíacos, informa que doenças cardiovasculares matam mais em voos que acidentes de avião. De acordo com o levantamento, em 2011, foram registradas 486 mortes em 22 desastres aéreos, enquanto 490 pessoas morreram por causa de um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC) a bordo.
O problema, diz o estudo, é consequência do maior número de viagens — cerca de 350 milhões de passageiros por ano —, mais idosos a bordo, baixa pressão nos voos, equivalente a 2.500 metros de altitude e baixa umidade no avião, de 10% e 20%, quando o ideal seria mais de 40%. “O estresse e a ansiedade do voo agravam o problema”, completa o diretor do Comitê de Emergências Cardiovasculares e Ressuscitação daSociedade Brasileira de Cardiologia, Sérgio Timerman.
Os problemas mais comuns a bordo são infarto, derrame, embolia pulmonar e trombose venosa, quando um coágulo se forma se o passageiro fica muito tempo sentado na poltrona. “Um dos maiores problemas dos aviões de hoje é a falta de espaço”, critica Timerman.
Outra causa citada é o número de médicos que se julgam capazes de ajudar caso alguma emergência ocorra. Segundo a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, cerca de 85% dos voos têm médicos, mas menos de 5% usariam o desfibrilador para atender um infarto por o avião ser ambiente muito diferente do normal.
Cuidados na hora da viagem
O médico Sérgio Timerman aconselha dobrar a quantidade de água bebida, evitar líquidos com gás, que dobra de volume na altitude e pressiona o pulmão, não viajar com meias apertadas, fazer exercícios na cadeira e se levantar em voos com mais de quatro horas de duração para prevenir algum problema.
O especialista lembra que os que precisam de alimentação especial devem pedir que aempresa providencie uma refeição que atenda a suas necessidades.
Aos outros, recomenda que mantenham sua rotina normal antes de voar. “Os cardiopatas não devem mudar o horário usual da medicação e podem manter a alimentação”.