Cisjordânia - A Cisjordânia festeja nesta quinta-feira por antecipação, com congregações e passeatas, o esperado reconhecimento da Palestina como Estado observador por parte da Assembleia Geral da ONU ao redor da meia-noite local.
Em Ramala, centenas de pessoas, em sua maioria homens de meia idade, realizaram ao meio-dia local desta quinta-feira na Praça Arafat um ato em apoio à iniciativa com apresentações musicais e uma forte demonstração de unidade das distintas facções palestinas.
Palestinos comemoram antecipadamente reconhecimento de Estado na ONU | Foto: EFE
Palestinos comemoram antecipadamente reconhecimento de Estado na ONU | Foto: EFE
Dirigentes políticos dos movimentos Fatah, liderado pelo presidente, Mahmoud Abbas, o islamita Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina subiram juntos ao palco para apoiar a solicitação de melhora do status da Palestina na ONU de "entidade observadora" a "Estado observador não membro".
O povo exibia bandeiras palestinas e do Fatah e, no palco, um grande cartaz rezava "Estado da Palestina ONU" sobre uma imagem de Jerusalém e os rostos de Abbas e do histórico líder Yasser Arafat.
Eventos durante o dia todo
Várias outras cidades cisjordanianas abrigam nesta quinta eventos de comemoração, como passeatas de membros da organização juvenil de escoteiros e apresentações de bandas musicais.
No município cristão Beit Jala, próxima a Belém, cerca de 4 mil alunos da escola luterana Talita Kumi percorrerão as ruas com um livro que prepararam para lembrar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a situação dos palestinos.
Os atos populares chegarão a seu apogeu ao redor das 23h locais (19h de Brasília), quando o presidente Abbas deve oferecer à Assembleia Geral um discurso que será transmitido ao vivo por grandes telas localizadas nas principais praças das cidades da Cisjordânia. Curiosamente, em Belém o discurso será projetado sobre o muro de concreto construído por Israel a partir de 2003 e que desde então a separa de Jerusalém.
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) também convocou várias comemorações em Gaza, governada pelo Hamas, e em Jerusalém Oriental, onde vivem cerca de 250 mil palestinos e desejam declarar a capital de seu futuro Estado, mas não revelou nenhum detalhe para impedir que as autoridades israelenses as embargue.
Após a meia-noite, quando deve ser confirmado o reconhecimento - a princípio apoiado por forte maioria da Assembleia Geral - em toda Cisjordânia os sinos das igrejas badalarão.
Após anos de rivalidade, os grupos islamitas Hamas e Jihad Islâmica, que não pertencem à OLP, apoiaram o pedido de Abbas, diferentemente do ano passado, com o fracassado requerimento perante o Conselho de Segurança para conseguir o status de Estado membro da ONU de pleno direito.
A Palestina deve obter nesta quinta-feira um status similar ao do Vaticano, que lhe permitiria o acesso a várias agências das Nações Unidas e a cortes internacionais como o Tribunal Penal Internacional (TPI).  
As informações são da EFE