Rio -  Um estudo feito no estado de Utah, nos Estados Unidos, concluiu que a reposição hormonal pode proteger mulheres de maneira mais eficaz do mal de Alzheimer. De acordo com a pesquisa, se iniciada até cinco anos após a menopausa, ela reduziria em 30% o risco de ter a doença.

O estudo acompanhou 1.768 mulheres durante 11 anos. As participantes, acima de 65 anos, deram informações sobre o uso de terapia hormonal e o ano em que a menopausa começou.

Do total, 1.105 receberam hormônios e 176 tiveram mal de Alzheimer. Das doentes, 87 eram do grupo que fez reposição; 89 não usaram.

A novidade foi apresentada uma semana após o Conselho Federal de Medicina (CFM) ter proibido a prescrição por médicos da reposição hormonal em tratamentos que prometem retardar ou impedir o envelhecimento.

Segundo a Câmara Técnica de Geriatria do Conselho, se a técnica for aplicada em um adulto sem deficiência de hormônios, há risco de adquirir doenças. Entre elas, estariam a diabetes e o câncer.

A divulgação da pesquisa não mudou a oposição da geriatra e membro da Câmara Maria do Carmo Lencastre de Menezes e Cruz à reposição. Segundo ela, ainda não existem evidências claras de que a prática ajudaria a prevenir o mal de Alzheimer. “Não vale apena arriscar desenvolver outras doenças por causa de pesquisas que não têm comprovação científica suficiente”, afirma.

Já o diretor da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (Sobraf), Victor Sorrentino, defende o tratamento, que classifica de seguro, se feito da maneira correta. “Para a terapia não ter efeitos colaterais, o médico precisa aplicar hormônios isomoleculares, que podem ser passados pela pele, e não prescrever remédios por via oral”.