Rio -  O governo federal estuda estratégias para incentivar o aumento do consumo do álcool. Uma das ideias é de que os postos de combustíveis informem obrigatoriamente, em cartazes com “letras garrafais”, toda vez que o preço do litro do álcool estiver num patamar mais vantajoso em relação ao da gasolina para o consumidor encher o tanque do carro.
Foto: Stephanie Tondo / Agência O Dia
ANP estuda medida para exigir que postos informem quando o preço do álcool estiver mais em conta | Foto: Stephanie Tondo / Agência O Dia
Tradicionalmente, se o litro do etanol estiver abaixo de 70% do valor da gasolina, é mais rentável abastecer o carro com combustível derivado de cana. Um grupo de técnicos dos Ministérios de Minas e Energia e Agricultura e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) estuda as medidas. A expectativa é de que uma portaria seja publicada com detalhes sobre como deve ser a informação nos postos, como, por exemplo, o tamanho mínimo das letras e localização dos cartazes nos estabelecimentos.
De acordo com técnico do governo, a informação sobre o preço médio dos combustíveis é publicada nos jornais, mas o consumidor nunca sabe se a diferença vale para aquele posto em que ele está abastecendo. Além disso, quem abastece e o próprio frentista nem sempre sabem como fazer a conta ou não têm calculadora perto.

FÓRMULA DE CÁLCULO
O governo considera a iniciativa boa para o consumidor e o meio ambiente, pelo fato de o álcool ser menos poluente. Como a produção de cana é cíclica, os preços variam muito ao longo do ano. São Paulo, Mato Grosso e Goiás costumam ter mais chances de trocar de combustível por causa da proximidade das plantações. Quanto mais distante da produção, menos competitiva é a relação do álcool com a gasolina devido ao custo do frete.
Para calcular qual combustível é mais econômico, basta multiplicar o preço da gasolina por 0,7 e comparar o resultado dessa multiplicação com o preço do álcool. Se o resultado for maior do que preço do álcool, escolha este combustível. Se o resultado for menor do que custo do derivado de cana, abasteça com gasolina.
Redução do ICMS no setor
No final do mês de agosto, o governo do Rio publicou decreto reduzindo de 24% para 2% o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a produção do álcool em todo o estado.

O objetivo é ampliar os investimentos na indústria canavieira, incrementando a produção local. Na safra passada, o Estado do Rio de Janeiro produziu 70 milhões de litros, o que representa apenas 0,5% da produção nacional, de 14 bilhões de litros. A ideia é chegar aos 3,5% em cinco anos.

O governo do Estado do Rio já aprovou os três primeiros empreendimentos, todos do grupo Canabrava. Serão duas usinas em Campos e outra em Quissamã.