Rio -  Em entrevista coletiva concedida na tarde desta terça-feira, o presidente Roberto Dinamite comentou a crise política e financeira vivida pelo clube. Indagado sobre os salários atrasados e a possível influência do fato nos resultados negativos da equipecarioca, Dinamite chegou a comentar seus tempos de jogador para minimizar o problema.

"Com esse mesmo grupo, o salário já esteve mais atrasado e tudo deu certo. É isso que precisamos mentalizar e inverter, porque temos 15 pontos para jogar ainda. Vamos buscar as vitórias, teve equipes que ficaram nessa situação e se reuperaram. Vivi como atleta por 20 anos aqui e nunca recebi meu salário em dia. Está errado? Claro, temos que cumprir nossas obrigações. Mas é um atraso, hoje, de um mês, que muitos clubes também têm. Quem milita no futebol, sabe bem disso", declarou.
Dinamite tentou minimizar a crise existente no Vasco | Foto: André Mourão / Agência O Dia
Dinamite tentou minimizar a crise existente no Vasco | Foto: André Mourão / Agência O Dia
O dirigente comentou o fato de a venda de jogadores titulares no meio da temporada e também sobre as obras do novo CT dos profissionais do clube. A respeito do futuropolítico do Vasco, Dinamite afirmou que acumulará a vice-presidência de futebol até o fim do ano, para esperar a recuperação de Ercolino Jorge de Luca, que não está em condições de assumir o cargo atualmente.
Uma das críticas direcionadas a Dinamite é pela saída de jogadores como Diego Souza, Fagner, Romulo e Alan. Segundo a torcida, a reposição não foi à altura. O presidente se defendeu.

"O Diego veio para o Vasco em uma situação na qual adquirimos 33% do jogador e tínhamos o direito de exercer mais 20% dentro do contrato. Pagamos 1,2 milhões de euros para isso. Recebemos, então, uma proposta no período proximo à janela, conversei com o jogador e pessoas envolvidas na negociação, falando sobre a importância que ele tinha para o Vasco. Mas havia a realização dele como pessoa, porque era muito dinheiro naoferta. Num primeiro momento, não fizemos a operação, mas depois o jogador optou por sair do Vasco. Eu falei para o Diego, para os envolvidos, que a saída não era boa para o Vasco. Mas o presidente tem um limite até onde pode chegar. A permanência é importante quando o jogador pensa da mesma forma. O exemplo é o Dedé. Só está no Vasco até hoje porque quer estar no Vasco. E a situação quanto ao não pagamento (o Vasco ainda não recebeu parcelas relativas à venda de Diego Souza) é essa: houve um encaminhamento à Fifa, que já foi notificada e temos até dia 8 de novembro para ter uma palavra final com relação ao Diego. Já o Fagner veio por intermédio de seu empresário, Carlos Leite. Os 20% que o Vasco tinha foram quase dados. Ele teve contusões, mas se firmou como um jogador importante dentro do Vasco. E optou por se transferir porque financeiramente seria bom. Tentamos convencer para permanecer, mas não foi possível. O contrato estava perto do fim, não foi uma escolha da diretoria. Já o Romulo teve uma proposta muito boa para o Vasco (R$ 10 milhões) e para ele. Detínhamos 50%, 25% era do Porto (PE) e 25% dos dois agentes que tinham participação sobre o jogador. Os recursos foram investidos nos pagamentos e compromissos diários que o Vasco têm. No aspecto técnico, foi ruim, sim, e no financeiro, no caso do Diego, não somou nada porque está aí até agora", argumentou Dinamite.

O Vasco acumula cinco derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro e acabou vendo as chances de uma vaga para a próxima edição da Copa Libertadores se distanciar bastante da realidade da equipe.