Rio -  O gosto alimentar das crianças costuma seguir as preferências dos pais, já que aprendem a gostar das opções que lhe são apresentadas desde o início. Entretanto, alguns pequenos demonstram suas preferências alimentares já nessa faixa etária. Especialistas garantem que essa seletividade pode ou não se estender até a vida adulta, mas quando se torna excessiva vale a pena ter atenção, pois pode se tratar de um distúrbio comportamental alimentar que deve ser levado a sério.
O gosto alimentar das crianças costuma seguir as preferências dos pais | Foto: Reprodução Internet
O gosto alimentar das crianças costuma seguir as preferências dos pais | Foto: Reprodução Internet
O distúrbio conhecido como “pickyeater” tem como sintoma a recusa alimentar, pouco apetite ou desinteresse anormal pelo alimento. As razões do comportamento são complexas, devido às interações das características familiares e do aspecto social. “Este comportamento tem um forte componente emocional e/ou situacional, que deve nortear o tratamento e ser conduzido pelo médico/psicólogo. Já o profissional nutricionista pode auxiliar ao fazer uma avaliação da alimentação e orientar pais e familiares em relação a quantidades e frequência dos grupos de alimentos”, - ressalta a nutricionista Gabriela Marcelino da empresa Congelados da Sônia.
A rejeição inicial que as crianças têm a certas comida é comum e aceitável, resultado do processo natural infantil em conhecer novos sabores, texturas e cheiros. Entretanto, qualquer mudança comportamental ou de saúde observada pelos pais é motivo para fazer uma avaliação com um médico. Em adultos, a seletividade excessiva também é motivo depreocupação, já que a exclusão pode desencadear carências nutricionais, facilitar o surgimento de doenças e debilitar até mesmo o sistema imunológico.
“Se os alimentos preferidos e consumidos frequentemente tiverem muitas calorias e não forem saudáveis, além de carências nutricionais, o adulto poderá aumentar o risco de ter doenças cardiovasculares e aumentar seu peso corporal. O distúrbio também pode comprometer a vida social”, - explica a nutricionista.

Diferença entre “pickyeaters”, anorexia e bulimia

Em doenças como a anorexia ou bulimia, a preocupação do indivíduo é com o total de calorias que o alimento vai trazer ao organismo. Por isso param de comer ou forçam o vômito para eliminar calorias que considera em excesso. Já os “pickyeaters” não fazem escolhas alimentares baseados na quantidade de calorias: eles rejeitam alimentos que jamais entrarão no seu dia a dia, segundo seu gosto.
“Ainda não se sabe o que impulsiona o comportamento, mas acredita-se que as texturas e o cheiro podem explicar a dieta limitada. Alguns só comem alimentos com uma textura consistente e um tipo de cor e sabor; outros passaram a ser assim por conta de experiências negativas com os alimentos ainda na infância”, - comenta Gabriela Marcelino.