Ayres Britto acompanha relator e condena reús por corrupção ativa
“[O objetivo do esquema era] um projeto de poder quadrienalmente quadruplicado. Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto", avaliou Ayres Britto.
O ministro citou ainda um trecho do poema O Girassol, de Manoel de Barros, para afirmar que um partido não pode se apropriar de outro. “ ‘Um girassol se apropriou de Deus: foi em Van Gogh’. Aqui é o oposto, um partido não pode se apropriar de outro na base da propina. É estranhável, catastrófico.”
Para Ayres Britto, o “parlamentar, nessa medida, trai o povo inteiro, porque trai o mandato parlamentar”, pois atua de forma diferente de sua ideologia partidária ao votar baseado no recebimento de propina. “É simplesmente o parlamentar corrompido renunciar, abdicar do seu dever de fiscalizar, de controlar, de acompanhar os atos do Poder Executivo”, analisou.
O ministro disse que os três núcleos envolvidos no esquema - o político, financeiro e o publicitário - se juntaram numa espécie de “triangulação” e era personificado na figura do empresário Marcos Valério.
"Marcos Valério tinha o dom da ubiquidade, era ubíquo, ele estava em todo lugar (...) Era praticamente impossível não saber que lidar com ele, Marcos Valério, era lidar com um sofisticado esquema de corrupção e lavagem de dinheiro", disse o presidente da Corte.
O julgamento prossegue com a votação do Capítulo 7, que trata do crime de lavagem de dinheiro envolvendo réus ligados ao PT e ao PL. Neste próximo capítulo, serão julgados os ex-deputados Paulo Rocha (PT-PA), João Magno (PT-MG) e Professor Luizinho (PT-SP), a assessora de Rocha, Anita Leocádia; o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto e seu chefe de gabinete José Luiz Alves.
Agora, vota o ministro-relator, Joaquim Barbosa.
Confira como ficou o placar final do Capítulo 6, no item de compra de apoio parlamentar:
1) José Dirceu: 8 votos a 2 pela condenação (Divergência: Ricardo Lewandowski e Antonio Dias Toffoli)
2) José Genoino: 9 votos a 1 pela condenação (Divergência: Ricardo Lewandowski)
3) Delúbio Soares: 10 votos pela condenação
4) Anderson Adauto: 10 votos pela absolvição
5) Marcos Valério: 10 votos pela condenação
6) Ramon Hollerbach: 10 votos pela condenação
7) Cristiano Paz: 10 votos pela condenação
8) Rogério Tolentino: 8 votos a 2 pela condenação (Divergência: Ricardo Lewandowski e Antonio Dias Toffoli)
9) Simone Vasconcelos: 10 votos pela condenação
10) Geiza Dias: 9 votos pela absolvição a 1 pela condenação (Divergência: Marco Aurélio Mello)
As informações são da Agência Brasil
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