sexta-feira, 14 de setembro de 2012


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Por Madson Moraes, http://estilo.br.msn.com/tempodemulher

Relacionamento aberto: você é contra ou a favor?

Algumas regras precisam ser estabelecidas pelo casal para dar certo. Psicanalista explica os prós e contras!
Relacionamento aberto: você é contra ou a favor? / Think Stock
Relacionamento aberto: você é contra ou a favor? / Think Stock
Por MADSON MORAES
O mais novo solteirão da praça é o quase cinquentão Zezé di Camargo. O cantor anunciou recentemente sua separação da esposa Zilu, que mora em Miami. Nos últimos meses, o casamento havia sido alvo de boatos e até fotos do sertanejo ao lado de uma loira caíram na rede, mas ele negou qualquer tipo de envolvimento. Até que, em uma entrevista, o cantor deu a seguinte declaração: "Não existe homem fiel, existe homem em momento fiel", afirmou.
Após isso, foi a vez de Zilu declarar à revista "Caras" que o casal vivia um "relacionamento aberto". Ao ser questionado sobre a declaração da esposa, Zezé afirmou que a esperava chegar para explicar isso. Na entrevista ao Fantástico que foi ao ar no último domingo (12), o cantor abriu o jogo e assumiu a separação. Além disso, afirmou que ambos já não viviam mais como marido e mulher há dois anos.
Se ambos tinham ou não um casamento aberto, é outra questão. O que acontece é que viver uma relação mais aberta e sem tantos laços fixados tem sido uma alternativa para casais. Mas como funciona exatamente um relacionamento aberto? "Nele, o casal decide que ambos estão dispostos a outras situações sexuais, a monogamia não existe e sempre existirá regras que o casal irá estabelecer", explica a psicanalista Taty Ades, autora dos livros "Hades – Homens que Amam Demais" e "Escravas de Eros – Como erguer sua autoestima e se libertar de homens complicados", ambos publicados pela Editora Isis.
Não se envolver emocionalmente com outra pessoa, não guardar número de telefone ou ver a pessoa por mais de uma vez são algumas regras preestabelecidas pelo casal. Geralmente, explica a psicanalista, nesse tipo de relação é estabelecido que o sexo é permitido, mas não o envolvimento afetivo e emocional. Dessa forma, cada casal irá estabelecer as suas próprias regras dentro de seus limites em comum.
O preconceito com essa modalidade de se relacionar afetiva e amorosamente, explica Taty, acontece porque a sociedade não consegue consentir algo que saia do tradicional. Afinal de contas, o que é melhor: ter uma relação monogâmica e trair o parceiro ou ter uma relação aberta e o outro estar ciente dos nossos atos? "É muito importante que se questione a hipocrisia social diante do que é dito e feito, pois muitas pessoas criticam esses relacionamentos e são estas que mais pulam a cerca nas relações monogâmicas", explica a psicanalista.
Poligamia X relacionamento aberto
Uma vez que não há envolvimento amoroso, o relacionamento aberto difere em que da poligamia? Taty explica que, na poligamia, o afeto não está sendo colocado em questão porque é natural que ele exista com diversas pessoas. É possível encontrar casais polígamos que se unem com diversas outras pessoas e constituem uma espécie de vínculo afetivo e sexual com todas elas. "A poligamia acontece muito em regiões onde o cultural difere da nossa e o homem pode ter várias esposas. Um exemplo disso são os árabes que podem ter quantas esposas puderem pagar e sustentar", observa a psicanalista.
Dessa maneira, o que difere a poligamia para a relação aberta é que, no segundo caso, a mulher tem o direito também a ter outros contatos fora do relacionamento estável e há um "contrato" onde o casal estipulará normas que vão de encontro com o que ambos querem. Essas regras, continua Taty, são feitas para que o casal estabeleça o que poderá acontecer ou não e também para que não exista a sensação de traição.
"Muitas pessoas estão aderindo a esse tipo de relação justamente pelo medo da traição. Quando se fica estipulado o que pode ou não ser feito dentro dessa liberdade e ninguém viola esse 'acordo', não existirá a traição, mas mesmo assim poderá acontecer de uma das partes se sentir traída e raivosa. Não podemos nos esquecer que estamos lidando com emoções. No geral, as regras não são capazes de controlar sentimentos, medos e angústias", garante Taty.
Para o casamento aberto vale a mesma coisa. A psicanalista ressalta que o casamento aberto é "tornar legalmente aceita" essa procura de outros parceiros. Segundo ela, também não há regras definidas e elas dependem do acordo estabelecido. "Por exemplo: deve um parceiro contar ao outro quando se relacionou com alguém? É aberto para os dois parceiros? Enfim, cada contrato entre parceiros de casamento aberto tem suas características próprias que definem até onde se pode ir sem pisar na bola", acrescenta.

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