Rio -  Pela 12ª vez, segundo seus pais, a menina Victória Pimentel da Cunha, 10 anos, enfrenta problemas para conseguir insulina no posto de saúde da Prefeitura do Rio no Méier. Em 2007, a Justiça determinou que os medicamentos devem ser fornecidos pelo município, mas a família da garota afirma que continua tendo problemas para obter o remédio sempre que tem que renovar o estoque. A última dificuldade foi há 32 dias.
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia
Diagnosticada aos 5 anos, Victória precisa tomar insulina oito vezes por dia. A criança precisa das insulinas Lantus e NovoRapid, além das tiras de dosagem da diabetes. A família reclama do atraso na entrega da NovoRapid.
A renovação do estoque seria feita a cada quatro meses. “Quando chega no segundo mês de uso, eu vou ao posto para fazer o próximo pedido. Mas todas as vezes que eu retorno, falta alguma coisa. Ou a insulina, ou a agulha, ou as tiras”, desabafa o pai de Victória, Carlos Henrique da Cunha, 41 anos.
Segundo a mãe, Victória, que já convive com horário rígido dos remédios e alimentação especial, sofre mais por causa dos atrasos. “Ela fica muito nervosa quando vê que os remédios estão acabando. Ela come menos para evitar problemas”, conta a mãe de Victória, Fernanda Carneiro Pimentel, 42 anos.
Para conseguir contornar a situação, a família recorre a ajuda de grupos de apoio a diabéticos ou é obrigada a comprar por conta própria.“Já cheguei a gastar R$ 1 mil num mês”, afirma Cunha.
A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil alegou que a compra do suprimento de insulina NovoRapid já está finalizada. Segundo o órgão, a família de Victória será contatada em breve para receber o medicamento.
Sem remédio, há risco de morte
A insulina é responsável por levar glicose para dentro das células, nutrindo o organismo. Se há deficiência da substância, como no caso dos diabéticos, o nível de glicose no sangue aumenta e causa várias complicações.
A endocrinologista Ana Cristina Belsito explica que o diabético pode sofrer com desidratação, perda de massa muscular, emagrecimento, desorientação e fraqueza generalizada se não tiver tratamento: “A pessoa pode entrar em coma e até mesmo morrer”, explica.